DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Familiares das vítimas do vôo 1907 da Gol elevaram ontem o tom das críticas à Anac. Acusaram a agência de agir de maneira "violenta e desrespeitosa".
A principal reclamação se deu por conta de um episódio ocorrido na véspera, quando Denise Abreu, diretora da Anac, concordou em ouvi-los após muita pressão. Na conversa, questionada sobre o estado dos corpos, ela teria dito, segundo os familiares: "Vocês são inteligentes... o avião caiu a 11 mil metros de altura e a 400 km/h. O que vocês esperavam? Corpos?"
Revoltados, os familiares divulgaram uma nota, pela manhã, repudiando a agência. "Estamos nos sentindo enganados, desrespeitados e abandonados na nossa dor e no difícil momento em que estamos vivendo."
Cerca de uma hora depois, Abreu visitou os familiares nos três hotéis de Brasília onde estão hospedados. Na saída, disse que não havia visto a nota, mas que "compreendia qualquer coisa que fosse dita por estes familiares".
Disse ainda que, no domingo, um dos familiares teria lhe perguntado se seria possível resgatar o corpo inteiro de seu parente. "Disse: exercitem comigo: se eu cair de um prédio de 20 andares, tem uma conseqüência com o físico. Imaginem então uma queda de 11 mil metros. Por que a verdade é que a gente precisa prepará-los para a realidade."


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