São Paulo, sábado, 03 de outubro de 2009

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Na licitação, pior nota foi na segurança

Connasel alcançou 74% da nota possível no item; em 2008, Cesgranrio e Cespe/UnB, que venceram a licitação, tiveram 98%

Edital da concorrência previa 4 itens a serem avaliados; melhor nota da empresa foi no quesito sobre metodologia de trabalho (100%)

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na licitação que venceu para realizar a prova do Enem, adiada por suspeita de vazamento, o consórcio Connasel teve como pior avaliação técnica o item que inclui segurança.
O edital da concorrência pública previa quatro itens a serem avaliados. Para cada item foi atribuída uma nota, segundo a proposta apresentada pela empresa, a partir de critérios objetivos descritos no edital.
O Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção) alcançou 74% da nota possível no item denominado "recursos materiais e de informática", que tem como maior peso os recursos de segurança e sigilo do processo apresentados.
A comissão de licitação do Inep deu 89 pontos para o item, de 120 pontos possíveis. Em 2008, o consórcio formado por Cesgranrio e Cespe/UnB, que venceu a licitação, teve 98% dos pontos possíveis (147 de um total de 150) no mesmo item.
O Connasel obteve sua melhor avaliação no item sobre a metodologia de trabalho (100%). Nos itens sobre a capacidade da empresa para aplicar a prova e a qualificação dos coordenadores, obteve 90%.
A licitação atribuiu pontos para itens como sistema de proteção e sigilo dos dados, experiência da equipe em segurança de eventos similares, local de armazenamento das cópias -armário comum, por exemplo, equivalia a zero ponto- e até sistemas redundantes de fornecimento de energia.
O edital do Inep também estabelecia as regras de segurança de todo o processo de elaboração, distribuição, aplicação e correção das provas.
O órgão previa, por exemplo, que diagramação, impressão, encadernação, empacotamento e armazenamento teriam de ser filmados 24 horas por dia, sem edição, começando duas horas antes do processo e terminando duas horas depois.
O edital também estabelece que todos os locais de armazenamento e todo o processo de transporte das provas precisavam ter seguranças armados.
Assim, a prova era filmada quando estava sendo diagramada, impressa e colocada nos envelopes lacrados. E, até que os envelopes fossem entregues aos coordenadores, seria obrigatória a presença de seguranças armados.
Todas as gravações teriam de ser entregues, sem edição, ao Inep no máximo três dias após sua realização. E, em qualquer momento, tanto o Inep quanto a Polícia Federal poderiam fazer qualquer fiscalização.
A Folha procurou ontem os responsáveis pelo consórcio Connasel em Salvador, mas não obteve contato. Não houve também resposta aos recados deixados na sede da Consultec, líder do consórcio.


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