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Na licitação, pior nota foi na segurança
Connasel alcançou 74% da nota possível no item; em 2008, Cesgranrio e Cespe/UnB, que venceram a licitação, tiveram 98%
Edital da concorrência previa 4 itens a serem avaliados; melhor nota da empresa foi no quesito sobre metodologia de trabalho (100%)
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na licitação que venceu para
realizar a prova do Enem, adiada por suspeita de vazamento,
o consórcio Connasel teve como pior avaliação técnica o
item que inclui segurança.
O edital da concorrência pública previa quatro itens a serem avaliados. Para cada item
foi atribuída uma nota, segundo a proposta apresentada pela
empresa, a partir de critérios
objetivos descritos no edital.
O Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção)
alcançou 74% da nota possível
no item denominado "recursos
materiais e de informática",
que tem como maior peso os recursos de segurança e sigilo do
processo apresentados.
A comissão de licitação do
Inep deu 89 pontos para o item,
de 120 pontos possíveis. Em
2008, o consórcio formado por
Cesgranrio e Cespe/UnB, que
venceu a licitação, teve 98% dos
pontos possíveis (147 de um total de 150) no mesmo item.
O Connasel obteve sua melhor avaliação no item sobre a
metodologia de trabalho
(100%). Nos itens sobre a capacidade da empresa para aplicar
a prova e a qualificação dos
coordenadores, obteve 90%.
A licitação atribuiu pontos
para itens como sistema de
proteção e sigilo dos dados, experiência da equipe em segurança de eventos similares, local de armazenamento das cópias -armário comum, por
exemplo, equivalia a zero ponto- e até sistemas redundantes
de fornecimento de energia.
O edital do Inep também estabelecia as regras de segurança de todo o processo de elaboração, distribuição, aplicação e
correção das provas.
O órgão previa, por exemplo,
que diagramação, impressão,
encadernação, empacotamento e armazenamento teriam de
ser filmados 24 horas por dia,
sem edição, começando duas
horas antes do processo e terminando duas horas depois.
O edital também estabelece
que todos os locais de armazenamento e todo o processo de
transporte das provas precisavam ter seguranças armados.
Assim, a prova era filmada
quando estava sendo diagramada, impressa e colocada nos
envelopes lacrados. E, até que
os envelopes fossem entregues
aos coordenadores, seria obrigatória a presença de seguranças armados.
Todas as gravações teriam de
ser entregues, sem edição, ao
Inep no máximo três dias após
sua realização. E, em qualquer
momento, tanto o Inep quanto
a Polícia Federal poderiam fazer qualquer fiscalização.
A Folha procurou ontem os
responsáveis pelo consórcio
Connasel em Salvador, mas
não obteve contato. Não houve
também resposta aos recados
deixados na sede da Consultec,
líder do consórcio.
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