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AVIAÇÃO
Cinco vítimas eram médicos que viajavam para buscar órgãos doados
Sete morrem em queda de avião em Santa Catarina
FÁBIO ZANINI
da Agência Folha, em Florianópolis
Uma falha humana é apontada
como provável causa da queda de
um avião anteontem em Chapecó
(630 km a oeste de Florianópolis),
que deixou sete mortos.
Ontem, peritos da Aeronáutica e
da Polícia Civil analisaram os destroços da aeronave, que caiu du
rante os procedimentos de pouso
no aeroporto da cidade.
Entre as vítimas, estão cinco médicos do Rio Grande do Sul. Eles
viajavam com o objetivo de retirar
órgãos de um paciente internado
com morte cerebral no Hospital
Regional de Chapecó.
Os órgãos -córneas, rins, pulmões, fígado e coração- serão
transplantados em pacientes gaúchos e deverão ser retirados por
outros médicos nos próximos dias.
Os médicos mortos são Marcos
Stedile, 28, André Augusto Barrionuevo, 29, Jean Kolmann, 31, Jack
son Ávila, 27 e Cláudio Lança, 29.
Também morreram os pilotos da
aeronave, José Eduardo Dutra
Reis, 43, e Paulo César Reimbrecht, 40.
Seis dos ocupantes do avião
morreram no local. O único retirado com vida dos destroços foi o
médico Cláudio Lança, que morreu a caminho do hospital.
O avião era um Xingu 121, prefixo PP-EHJ, fabricado pela Em
braer e de propriedade do governo
gaúcho.
A aeronave decolou por volta das
20h30 de Porto Alegre (RS). Os pilotos fizeram contato com o aero
porto Serafim Bertazo, em Chapecó, às 21h36, informando que
iriam iniciar procedimento de
aterrissagem.
Em seguida, tentaram pousar,
mas não conseguiram e tiveram de
arremeter, ou seja, ganharam altitude novamente e reiniciaram a
descida.
Às 21h40, ao tentar novamente o
pouso, o avião se chocou com um
grupo de árvores e caiu a um quilômetro da cabeceira da pista.
Chuva forte e vento
"No momento do acidente, chovia forte na região, ventava muito e
a visibilidade estava bastante prejudicada. Isso pode ter atrapalha
do o piloto", disse José Duarte,
operador de rádio do aeroporto.
De acordo com o 5º Comando
Aéreo Regional, com sede em Canoas (RS), as condições climáticas
receberão "atenção especial" durante as investigações, que só se
rão concluídas em 60 dias.
Caso se comprove que o mau
tempo atrapalhou o pouso, ficará
caracterizada falha humana, que
pode ter sido dos pilotos ou do
controle de terra.
O aeroporto não possui torre de
controle e comporta apenas aviões
pequenos e médios. Todo a comunicação é feita por meio de uma es
tação de rádio. Outra hipótese é ter
havido falha mecânica.
De acordo com Márcio Colatto,
delegado-regional de Chapecó,
não houve explosão.
"Os ocupantes morreram em
decorrência de traumatismos no
crânio e na região torácica", declarou Colatto, que preside o inquéri
to civil.
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