São Paulo, sábado, 3 de outubro de 1998

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REMÉDIO
Empresa não tinha condições de higiene e armazenamento
Vigilância fecha distribuidora da Botica Ao Veado D'Ouro em SP

da Reportagem Local

A Vigilância Sanitária de São Paulo interditou ontem uma distribuidora de matéria-prima da Botica Ao Veado D'Ouro.
Segundo o diretor do núcleo cinco da Vigilância, Paulo Nakano, que conseguiu ontem mandado de busca e apreensão para vistoriar a distribuidora, a empresa foi fechada por não ter apresentar condições de funcionamento.
Segundo a Vigilância, em abril de 97, o então sócio Ricardo Garcia solicitou licença de funcionamento, que não foi concedida de imediato porque a distribuidora não apresentava as condições para funcionar: não havia planta do local, condições de armazenamento, higiene e controle de temperatura.
Segundo a Vigilância, foi dado um prazo para que a empresa fizesse as reformas, mas em agosto desse ano foi feita nova blitz, que constatou que não havia sido feita nenhuma reforma. Por isso, a Vigilância negou anteontem definitivamente a licença.
Segundo Nakano, a vistoria que deve ocorrer hoje pretende checar se a distribuidora funcionou no período em que só era permitida a abertura para a realização das reformas de adequação.
Nakano também pretende checar se a matéria-prima usada para fabricar placebo chegou a ser retirada da distribuidora e levada ao laboratório Veafarm, da Botica, que produziu cerca de um milhão de comprimidos sem efeito, que foram colocados no mercado como Androcur. O placebo pode ter acelerado a morte de dez pacientes que faziam tratamento contra câncer de próstata.
Os advogados da Botica não foram localizados até as 21h.
(CARLA CONTE)



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