Uma rede mundial em defesa da gestante e de seu bebê está sendo criada na Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento que acontece em Fortaleza (CE). Representantes de quase todos os continentes, que participam do encontro, se reúnem no domingo para estabelecer os propósitos e o modo de atuação da rede.
A médica Daphne Rattner, da comissão organizadora da conferência, diz que o movimento pela humanização vem crescendo rapidamente em todos os países. O conceito de parto humanizado tem como diretrizes o respeito à evolução natural do processo do nascimento. "O bem-estar da mulher e do bebê deve estar no centro das preocupações", diz Daphne. O conceito também prevê orientações para a mulher, a escolha da posição mais confortável e a presença de um acompanhante.
Mesmo preocupado com o parto humanizado, o Brasil é ainda um campeão de cesáreas. Um levantamento da própria Daphne em 637 hospitais do Estado de São Paulo encontrou 59 deles com taxas de cesárea superiores a 80%. Apenas 42 deles tinham taxas inferiores a 20%. Em alguns países da Europa, o índice aceitável é de 8%. Nos hospitais universitários estudados, 39,1% dos partos são cesáreas, o que significa que os alunos estão aprendendo a "medicalizar" o nascimento, diz Daphne. (DA REPORTAGEM LOCAL)


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