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São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2003

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Só consenso total pode salvar projeto de cobrança

DA REPORTAGEM LOCAL

Só um consenso total pode evitar que o atual projeto de lei da cobrança pelo uso da água seja substituído por um novo. Uma terceira versão da proposta -que foi apresentada inicialmente em 98- é cogitada pelo governo e significaria mais alguns anos sem os recursos advindos da medida.
Além da polêmica sobre a destinação de parte do arrecadado para o Estado, há mais quatro pontos em discussão, que só podem entrar como emendas se todos os deputados assim decidirem.
São eles a isenção de pagamento a pequenos e médios agricultores; a isenção para hidrelétricas (que devolvem a água limpa aos rios); o estabelecimento de um valor limite para a cobrança pela devolução de efluentes; e uma possível alteração no preço máximo para captação, de forma que os consumidores residenciais não tenham de pagar até 5% mais pela água potável que recebem em casa.
O texto que está na Assembléia estabelece um teto de R$ 0,01 por mil litros de água captados, mas não fixa um limite de cobrança para efluentes e esgoto lançados de volta. A decisão, nesse caso, ficaria por conta dos comitês de bacia, onde têm assento prefeituras, governo e sociedade organizada.
"Somos favoráveis a pagar pela água, mas queremos que a lei diga quanto se vai pagar pelo efluente, senão o céu será o limite. E não é uma reivindicação só nossa", diz Eduardo San Martin, coordenador de Meio Ambiente do Sinditêxtil (sindicato dos têxteis).
O coordenador defende que, se cada comitê decidir quanto vai cobrar pelo que é devolvido aos rios, pode surgir uma "guerra" dentro do Estado por causa do "custo bacia hidrográfica". Os têxteis querem a aprovação de uma emenda que limita a cobrança pelo efluente em três vezes o valor máximo a pagar pela captação (R$ 0,03, portanto).
A Sabesp -uma das que mais pagariam porque capta água e não trata todo o esgoto lançado nos rios- não comenta o projeto. A Secretaria de Estado da Energia, Recursos Hídricos e Saneamento também não. (MV)


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