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SEGURANÇA
Greve de policiais civis no Ceará paralisa delegacias
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Policiais civis do Ceará entraram em greve nesta semana. Ontem, segundo dia da
paralisação, apenas três das
56 delegacias da região metropolitana de Fortaleza funcionaram, segundo o sindicato da categoria.
O movimento grevista inclui escrivães, peritos, inspetores e investigadores -apenas os delegados estão trabalhando, de acordo com o comando da paralisação. São
2.000 agentes da Polícia Civil no Estado.
Como reação, o governador Cid Gomes (PSB) anunciou corte no ponto dos grevistas. "Nossa greve é legal.
Batemos o ponto, mas não
trabalhamos", disse Marcos
Costa, vice-presidente do
Sinpoci (Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará).
A paralisação prejudica registros de ocorrências e investigações. Peritos do Instituto Médico Legal e agentes que cuidam dos cerca de 600
presos detidos em delegacias
estão trabalhando.
A principal reivindicação é
reajuste salarial baseado em
um plano de cargos e carreiras que inclua a obrigatoriedade de curso superior para
os policiais civis. Segundo o
sindicato, o salário base da
categoria é de R$ 1.200, mas
cai para R$ 950 após descontos. Pela proposta do sindicato, o piso ficaria em R$ 2.500.
O governo ainda não apresentou contraproposta.
A paralisação também afetou o interior. Das 46 delegacias, apenas 19 funcionaram
ontem, segundo o sindicato.
O Ceará tem 184 municípios.
No final de semana, deverá
funcionar o mesmo número
de delegacias que ontem.
Reunião entre governo e
policiais, anteontem, foi suspensa após o início da greve.
Piauí e Alagoas
No Piauí, uma greve da Polícia Civil deve começar amanhã. Segundo o sindicato da
categoria, a paralisação será
para reivindicar melhores
condições de trabalho e o pagamento, pelo governo, de
correção no adicional noturno dos servidores.
Em Alagoas, a greve dos
policiais civis já dura 94 dias.
Desde 1º de agosto a população não consegue fazer boletim de ocorrência e apenas
flagrantes são registrados.
Investigações e cumprimento de mandados de prisão estão praticamente parados. Os policiais reivindicam,
por exemplo, equiparação
salarial dos agentes com curso superior aos peritos criminais. O governo diz não ter
recursos para isso.
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