São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2007

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SEGURANÇA

Greve de policiais civis no Ceará paralisa delegacias

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Policiais civis do Ceará entraram em greve nesta semana. Ontem, segundo dia da paralisação, apenas três das 56 delegacias da região metropolitana de Fortaleza funcionaram, segundo o sindicato da categoria.
O movimento grevista inclui escrivães, peritos, inspetores e investigadores -apenas os delegados estão trabalhando, de acordo com o comando da paralisação. São 2.000 agentes da Polícia Civil no Estado.
Como reação, o governador Cid Gomes (PSB) anunciou corte no ponto dos grevistas. "Nossa greve é legal. Batemos o ponto, mas não trabalhamos", disse Marcos Costa, vice-presidente do Sinpoci (Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará).
A paralisação prejudica registros de ocorrências e investigações. Peritos do Instituto Médico Legal e agentes que cuidam dos cerca de 600 presos detidos em delegacias estão trabalhando.
A principal reivindicação é reajuste salarial baseado em um plano de cargos e carreiras que inclua a obrigatoriedade de curso superior para os policiais civis. Segundo o sindicato, o salário base da categoria é de R$ 1.200, mas cai para R$ 950 após descontos. Pela proposta do sindicato, o piso ficaria em R$ 2.500. O governo ainda não apresentou contraproposta.
A paralisação também afetou o interior. Das 46 delegacias, apenas 19 funcionaram ontem, segundo o sindicato. O Ceará tem 184 municípios. No final de semana, deverá funcionar o mesmo número de delegacias que ontem.
Reunião entre governo e policiais, anteontem, foi suspensa após o início da greve.

Piauí e Alagoas
No Piauí, uma greve da Polícia Civil deve começar amanhã. Segundo o sindicato da categoria, a paralisação será para reivindicar melhores condições de trabalho e o pagamento, pelo governo, de correção no adicional noturno dos servidores.
Em Alagoas, a greve dos policiais civis já dura 94 dias. Desde 1º de agosto a população não consegue fazer boletim de ocorrência e apenas flagrantes são registrados.
Investigações e cumprimento de mandados de prisão estão praticamente parados. Os policiais reivindicam, por exemplo, equiparação salarial dos agentes com curso superior aos peritos criminais. O governo diz não ter recursos para isso.


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