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SAÚDE PÚBLICA
Acidentes de carro fazem atualmente meio milhão de mortos e 15 milhões de feridos, revela estudo da OMS
Trânsito será 3ª causa de mortes em 2020
MARCOS PIVETTA
enviado especial a Washington
Os acidentes de carro serão a terceira maior causa de mortes ou ferimentos no mundo no ano 2020,
ficando atrás apenas das isquemias do coração e da depressão.
Hoje, os acidentes de carro estão
em nono lugar no ranking dos
maiores problemas de saúde, causando anualmente meio milhão de
mortes e 15 milhões de feridos.
Essa projeção -feita por um estudo conjunto da OMS (Organização Mundial da Saúde), Banco
Mundial e Escola de Saúde Pública
de Harvard- foi citada pelos especialistas ontem, na abertura da
Terceira Conferência Anual em
Transportes, Segurança de Trânsito e Saúde, em Washington.
O evento, cujo tema central deste
ano é a prevenção de acidentes, é
uma iniciativa do Instituto Karolinska, da OMS e da Volvo (montadora sueca), em colaboração
com o Departamento de Transportes dos Estados Unidos.
Segundo os especialistas em
trânsito e transportes, o aumento
no número de acidentes de carros
será mundial, mas mais acentuado
ainda nos países em desenvolvimento, onde o uso do automóvel
tem se tornado mais comum.
"A disseminação do uso do carro (nos países em desenvolvimento) é um sinal de progresso, mas
também aumenta muito os riscos
de acidentes", disse Rodney Slater,
secretário do Departamento de
Transportes dos EUA.
"Mesmo com campanhas de esclarecimento e a criação de leis
mais rígidas, o número de mortos
e feridos em acidentes de trânsito
está crescendo em níveis alarmantes no mundo todo.
Os acidentes de carro já são a
principal causa de morte e de problemas de saúde em termos globais, de acordo com o trabalho de
Harvard e da OMS.
"Mais pessoas são mortas ou feridas no trânsito do que em todas
as guerras que estão acontecendo
no globo", disse Ake Nygren, do
Instituto Karolinska.
Como a população mundial de
jovens do sexo masculino tende a
crescer nos próximos anos, os especialistas prevêem um aumento
no número de acidentes.
Segundo Rodney, cerca de 42 mil
americanos morrem todo ano em
acidentes. Ele disse que a curva de
crescimento de acidentes nos EUA
é menor do que nos países mais
pobres, mas muito preocupante.
Um em cada três americanos não
usa cinto de segurança, um grau
de utilização considerado baixo
por Slater. Há países europeus em
que 90% usam cinto.
Os especialistas querem mudar o
discurso tradicional sobre prevenção de trânsito. Eles acham que
hoje se dá muita ênfase ao número
de mortos quando o mais correto
seria enfatizar também o de feridos, que é muito maior.
O jornalista Marcos Pivetta viajou a Washington a convite da Volvo.
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