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Bônus na educação municipal vai depender de desempenho
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão do prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab (DEM),
decidiu implantar até 2010
projeto que fixa metas de melhoria para cada escola da rede.
O desempenho das unidades
balizará o pagamento da gratificação aos seus servidores.
Neste ano, o valor da bonificação (a gratificação por desempenho educacional) será de
ao menos R$ 2.400. O único
critério hoje utilizado para definir o valor é a assiduidade.
Modelo semelhante de fixação de metas por escola para
pagamento extra aos educadores foi implementado neste ano
pelo governador José Serra
(PSDB) na rede estadual.
"Com a fixação de metas, os
profissionais passam a focar na
aprendizagem das crianças",
afirmou à Folha o secretário
municipal de Educação, Alexandre Schneider.
Segundo o secretário, haverá
diferenças entre o sistema municipal e estadual. A primeira é
que a rede será consultada, em
2009, para definir os critérios.
Além da Prova São Paulo (exame da prefeitura), outros indicadores serão considerados.
"Queremos que o plano de
metas tenha a participação da
rede. Se eles acreditarem na regra, e ela for simples, teremos
um avanço", disse Schneider.
Outra diferença, diz o secretário, é que todas as cerca de
450 escolas de ensino fundamental da rede terão de apresentar um plano de melhoria.
No sistema estadual, recebem maior apoio pedagógico e
financeiro as unidades com os
menores desempenhos.
A proposta municipal abrange tanto professores quanto diretores e funcionários (75 mil
no total). Schneider diz que serão avaliados ainda os servidores das diretorias de ensino e
da própria secretaria.
Para isso, haverá consultas a
diretores de escola e docentes e
uma pesquisa com os pais, para
avaliar a qualidade da rede. O
resultado também balizará o
pagamento da gratificação.
"A Prova São Paulo não mede coisas como as diferentes
condições materiais das escolas. Ela é interessante para definir políticas para a rede, mas
usá-la como critério para pagamento de bônus pode ser injusto com muitos profissionais",
diz Ocimar Munhoz Alavarse,
professor da Faculdade de
Educação da USP e que participou da elaboração do exame.
O presidente do Sinpeem
(sindicato dos professores municipais), Claudio Fonseca,
afirma não ser contrário à fixação de metas, "mas antes o sistema todo deve ter diretrizes,
para que aí se comece a analisar escola por escola". Além
disso, diz Fonseca, que é vereador eleito pelo PPS, "precisamos discutir também as condições necessárias para que as
metas sejam atingidas".
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