da Reportagem Local

A violência obrigou o comerciante português Joaquim Fernandes, 27, a colocar à venda seu açougue, no Itaim Paulista. A decisão surgiu na quarta-feira, após ser assaltado pela quarta vez.
Como acharam pouco o dinheiro que Fernandes tinha no caixa -cerca de R$ 300- os dois assaltantes o trancaram na câmara frigorífica do açougue, que estava a 0øC. Junto com ele, foram trancados sua mulher, Kelly Buriti, 22, e um empregado.
Por precaução, Fernandes já deixava uma barra de ferro para abrir a porta por dentro. Essa barra salvou sua vida. "A gente gritava, mas ninguém ouvia. Foram dez minutos de pavor", declarou.
Fernandes tem açougue há seis anos. Nos cinco primeiros, a casa era em Cangaíba, uma região mais calma da zona leste. "Lá, eu nunca fui assaltado. Em um ano no Itaim, fui assaltado quatro vezes e a polícia nunca apareceu. Não vale a pena arriscar a vida."
Além da violência, o comerciante reclama do baixo poder aquisitivo no bairro, que faz seu negócio dar cada vez menos lucro. "Aqui em volta só tem favela e o pessoal só compra carne de segunda."



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