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foco
Campings se renovam, oferecem massagem e internet, e atraem turistas
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITU
Escuridão, dificuldade para
se acostumar com sacos de
dormir e uma overdose de
miojo requentado numa fogueira improvisada sobre latas de refrigerante marcaram
o primeiro acampamento da
professora de educação física
Danielle Paulim Martins, 24,
há cinco anos.
"Sofremos, mas nos divertimos", diz a moradora de
Campo Limpo Paulista (SP),
que, desde então, viaja todos
os anos para Itu (103 km de
SP), onde acampa em uma
área privada que hoje conta
com sauna, piscina, toboágua,
quadra de tênis, mercado e
acesso à internet.
Graças a inovações de produtos e serviços, o campismo,
que viveu o auge nos anos
1970, voltou a atrair novos
adeptos, segundo empresários do setor.
A diversidade de acessórios
e de serviços nas áreas de
camping -como massagem,
manicure, entrega de pizza e
segurança 24 horas-, além
da possibilidade de trocar informações pela internet, são
apontadas como principais
razões para o fenômeno. Banheiro e água quente, agora,
são "obrigação".
"O que era uma coisa de homens em áreas selvagens virou hoje um programa de família, por causa dos produtos
e serviços. Hoje, os campings
estão lotados de casais, que já
chegam com laptops e podem
acessar a internet", diz Lino
Carrion, presidente da Associação Paulista de Campismo.
Dono de um camping em
Itu com 160 chalés, onde cerca de 200 barracas foram
montadas para o Ano Novo,
ele diz que o movimento cresce de 15% a 20% a cada ano.
Só no Estado de São Paulo,
afirma ele, há hoje cerca de
250 campings.
"Costumava acampar na
minha adolescência. De uns
anos para cá, peguei o gosto
de novo porque tenho companhia", diz o paulistano Anísio Rocha, 46, que viajou na
semana passada com a namorada para Itu, um dos municípios mais procurados por
campistas em São Paulo -assim como o litoral norte-
desde os anos 70 por causa
das fazendas e proximidade
da região metropolitana.
Instalada numa espaçosa
barraca de mais de dois metros de altura com janelas e
telas antimosquito, Danielle
diz já ter passado apuros, como na noite em que o marido
e o irmão tiveram de sair da
antiga barraca para segurar as
pontas de uma tenda que
ameaçava voar em meio a
uma tempestade.
Mesmo assim, afirma, não
troca o local pela praia nessa
época do ano, com medo da
bagunça e de ser assaltada.
Em seu primeiro acampamento, estava acompanhada
só do marido e do irmão; agora, chegou ao local com mais
17 pessoas da família, que instalaram barracas às margens
de um lago.
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