São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2009

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foco

Campings se renovam, oferecem massagem e internet, e atraem turistas

MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITU

Escuridão, dificuldade para se acostumar com sacos de dormir e uma overdose de miojo requentado numa fogueira improvisada sobre latas de refrigerante marcaram o primeiro acampamento da professora de educação física Danielle Paulim Martins, 24, há cinco anos.
"Sofremos, mas nos divertimos", diz a moradora de Campo Limpo Paulista (SP), que, desde então, viaja todos os anos para Itu (103 km de SP), onde acampa em uma área privada que hoje conta com sauna, piscina, toboágua, quadra de tênis, mercado e acesso à internet.
Graças a inovações de produtos e serviços, o campismo, que viveu o auge nos anos 1970, voltou a atrair novos adeptos, segundo empresários do setor.
A diversidade de acessórios e de serviços nas áreas de camping -como massagem, manicure, entrega de pizza e segurança 24 horas-, além da possibilidade de trocar informações pela internet, são apontadas como principais razões para o fenômeno. Banheiro e água quente, agora, são "obrigação".
"O que era uma coisa de homens em áreas selvagens virou hoje um programa de família, por causa dos produtos e serviços. Hoje, os campings estão lotados de casais, que já chegam com laptops e podem acessar a internet", diz Lino Carrion, presidente da Associação Paulista de Campismo.
Dono de um camping em Itu com 160 chalés, onde cerca de 200 barracas foram montadas para o Ano Novo, ele diz que o movimento cresce de 15% a 20% a cada ano. Só no Estado de São Paulo, afirma ele, há hoje cerca de 250 campings.
"Costumava acampar na minha adolescência. De uns anos para cá, peguei o gosto de novo porque tenho companhia", diz o paulistano Anísio Rocha, 46, que viajou na semana passada com a namorada para Itu, um dos municípios mais procurados por campistas em São Paulo -assim como o litoral norte- desde os anos 70 por causa das fazendas e proximidade da região metropolitana.
Instalada numa espaçosa barraca de mais de dois metros de altura com janelas e telas antimosquito, Danielle diz já ter passado apuros, como na noite em que o marido e o irmão tiveram de sair da antiga barraca para segurar as pontas de uma tenda que ameaçava voar em meio a uma tempestade.
Mesmo assim, afirma, não troca o local pela praia nessa época do ano, com medo da bagunça e de ser assaltada. Em seu primeiro acampamento, estava acompanhada só do marido e do irmão; agora, chegou ao local com mais 17 pessoas da família, que instalaram barracas às margens de um lago.


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