São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2001

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Diabinho, 13, ajudou a matar "rival"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Diabinho está preso sozinho numa cela com uma cama de cimento e sem colchão, no Centro de Acautelamento Provisório da Vara Infracional de Manaus.
Ele tem 13 anos e é um dos mais notórios ""galerosos" detidos na operação da polícia.
Diabinho é V.G.R., que afirma ter participado do espancamento e morte, a pauladas, do menino J., 11. O crime ocorreu numa disputa entre a galera de Diabinho e outra, de J., no bairro Jorge Teixeira.
O bairro é um dos mais carentes da zona leste de Manaus. O confronto, que Diabinho relata, foi na véspera do Natal.

Agência Folha - Como você entrou na galera?
V.G.R. -
Eu ainda estava na escola, tinha 11 anos. Conheci os meninos e comecei a andar. Eu comecei a beber, cheirar cola. Nos encontrávamos na praça Jorge Teixeira à noite. Larguei a escola.

Agência Folha - E o que seus pais diziam para você?
V.G.R. -
Minha mãe me batia, e quando apanhava ia para a rua. Em casa, só eu sou da galera.

Agência Folha - Quantas vezes você foi preso?
V.G.R. -
Umas quatro vezes. A primeira foi por estar fora de horário na rua, depois por roubo de um ventilador. Comecei a roubar as pessoas. Eu vendia o que roubava para comprar cachaça e cola.

Agência Folha - Você usa drogas?
V.G.R. -
Eu sou um viciado em pasta de cocaína. Eu roubo para comprar. Cada pacote custa R$ 5.

Agência Folha - Como você se envolveu nesse crime (a morte de J.)?
V.G.R. -
Foi no ano passado. Era eu o Jero e o Roger. Eles estão presos. Estávamos bebendo e o J. matou um amigo meu, o Kiki, com uma arma calibre 32. Nós começamos a jogar pau e pedra na galera dele. Começou a briga e nós pegamos o J. E dei duas furadas nele, uma no braço e outra na perna.

Agência Folha - Como?
V.G.R. -
Eu quebrei uma garrafa de cerveja e peguei o gargalo e ataquei. Quando ele levantou, o Jero e o Roger deram pauladas nele.

Agência Folha - E o que você pensou?
V.G.R. -
Eu estava bêbado, só tinha raiva dele porque ele matou o Kiki. Só pensei em vingança. Agora tenho que pagar. (KB)


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