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AIDS
Parentes dele foram contratados
Médico se afasta de coordenação em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O médico Fábio Mesquita afastou-se ontem da chefia da COGest
(Coordenação de Desenvolvimento da Gestão Descentralizada) da Secretaria Municipal da
Saúde de São Paulo.
O programa de Aids do município, pelo qual Mesquita também
já respondeu, contratou, por
meio da Unesco (Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), os serviços de Regina Bueno, ex-mulher
do médico, da filha de Mesquita,
Juliana, e do companheiro de Juliana, André Frateschi, filho do secretário municipal da Cultura,
Celso Frateschi.
A COGest abrange o programa
municipal de Aids.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde,
Mesquita decidiu deixar o cargo
"para garantir a lisura da investigação". A pasta constituiu uma
comissão para investigar a suspeita de nepotismo nas contratações.
Até que a apuração termine, o
médico prestará serviços internos
na secretaria, informou a assessoria. O Ministério Público do Estado de São Paulo também investigará o caso. A Coordenação Nacional de DST/Aids encaminhou
o assunto à consultoria jurídica
do Ministério da Saúde.
O fórum das ONGs Aids do Estado de São Paulo questionou a
atual coordenadora do programa
municipal de Aids, Maria Cristina
Abbate, sobre as contratações, em
uma carta de 26 de janeiro.
"Algumas delas [as pessoas]
têm grau de parentesco com o
coordenador anterior, assim solicitamos esclarecimentos quanto
aos critérios de suas contratações
e os valores pagos", afirma o
documento.
O fórum solicitou que as respostas fossem apresentadas na
reunião do grupo no próximo dia
10 deste mês.
"Acreditamos na lisura das
ações que deram resposta à Aids
no Brasil, o que tornou o país referência mundial na prevenção do
HIV e tratamento de portadores
(...)", diz nota de esclarecimento
do fórum divulgada ontem.
"Aguardamos (...) respostas às
acusações para que a sociedade
brasileira não corra o risco de ver
interrompidas ações construídas
ao longo dos últimos 20 anos de
luta contra a Aids."
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