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SAÚDE
Anvisa autorizou comercialização de produto, mas apenas os lotes fabricados depois do dia 27 podem voltar ao mercado
Governo libera a venda do esmalte Impala
THARSILA PRATES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) decidiu liberar a fabricação, distribuição, comércio e uso de toda a linha de esmaltes da marca Impala, fabricados pelo laboratório Avamiller de
Cosméticos, de Guarulhos. Os
produtos estavam proibidos desde o dia 13 de janeiro.
Com a liberação, publicada no
"Diário Oficial" da União em 2 de
fevereiro, os lotes produzidos a
partir do último dia 27 de janeiro
-data da última inspeção da Anvisa- poderão voltar ao mercado. Os que foram fabricados antes
dessa data continuam proibidos.
A empresa faz esmaltes de apelo
ao público jovem, como os da linha Xuxa e Angélica, e tem como
destaque também a linha hipoalergênica. Cerca de 4 milhões de
unidades são fabricadas por mês.
De acordo com a Anvisa, a Impala, nesses 19 dias, conseguiu
atender a todas as exigências feitas pelo órgão. A empresa fez a calibragem dos equipamentos da linha de produção, comprou novos
termômetros e um novo medidor
de viscosidade.
Um laudo da Fundação Oswaldo Cruz concluiu, em agosto de
2005, que o esmalte usado por
uma consumidora -que deu origem à investigação da Anvisa-
tinha grau de acidez próximo do
corrosivo. O problema pode ter
sido provocado justamente por
uma falha da balança.
Ainda segundo a Anvisa, a Impala fechou convênio com uma
empresa que ficará responsável
pela calibragem das balanças.
Gerente de controle e fiscalização de medicamentos e produtos
da Anvisa, José Augusto Simi afirma que o prazo para a liberação
da venda do esmalte dependia da
própria empresa e de seu poder
de investimento.
Procurada ontem pela Folha, a
Impala não quis comentar a nova
decisão da Anvisa. Na época da
proibição, a empresa disse ter estranhado a decisão da agência,
mas concordou em retirar os produtos do mercado e em atender às
exigências feitas pelo órgão o
mais rápido possível.
A Impala estava proibida de fabricar e comercializar os esmaltes
desde o dia 13 de janeiro, quando
a Anvisa interditou a empresa depois de denúncias de dois consumidores ao Centro de Vigilância
Sanitária do Estado de São Paulo.
Em agosto do ano passado, o
centro interditou o lote 02/04 do
esmalte Xuxa by Impala Glitter
779 - Top Prata. Um laudo do Instituto Nacional de Controle de
Qualidade em Saúde da Fundação
Oswaldo Cruz apontou que os esmaltes da Impala poderiam causar irritação na pele e tinham grau
de acidez próximo ao dos produtos corrosivos. A empresa contestou o laudo e encomendou outro
a um órgão independente que
concluiu que o produto não causava irritação na pele.
A produtora cultural Luiza Rotbart, 53, relatou ter tido problemas alérgicos com o produto da
linha Xuxa, em dezembro de
2003. Ela disse que sofreu inicialmente inchaço das cutículas e reações que atingiram as mãos, rosto, ouvidos e olhos.
Entre a reclamação da produtora e a interdição do lote da linha
Xuxa by Impala pela Vigilância
paulista, quase dois anos se passaram. O centro atribuiu a demora
ao tempo que a amostra ficou sob
análise da Fiocruz.
A manicure Maria Sandra Alves, 37, que trabalha em um salão
de beleza em Higienópolis, afirma
que guardou os esmaltes da Impala assim que soube da proibição. A pedido de clientes, porém,
vem usando os produtos há duas
semanas. "Ninguém reclamou de
reação nenhuma", disse Alves,
que não sabia da liberação.
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