São Paulo, quarta-feira, 04 de fevereiro de 2009

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PAULO EDUARDO DE ARAÚJO SABOYA (1941-2009)

Um defensor do Estado democrático de Direito

DA SUCURSAL DO RIO

O advogado Paulo Eduardo de Araújo Saboya gostava de contar uma velha história inglesa sobre o camponês que impediu as tropas do rei de passar por seu quintal. Irritado, o comandante militar reagiu dizendo que as cercas mal conservadas do homem não resistiriam ao Exército. O camponês respondeu: "Minha cabana é pobre, seu teto, roto, e suas paredes não podem impedir que o vento nos açoite de madrugada. Mas as tropas do rei nela só entram, se eu as convidar".
Presidente do IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros) e secretário da Justiça do Rio durante a gestão de Benedita da Silva (2002), Paulo defendia a existência do Estado democrático de Direito. "Já que consolidamos o Estado democrático de Direito, temos de reconhecer que ainda se deve à nação um tratamento correto quanto às questões da saúde, da educação, da violência", explicava. O presidente do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto, afirma que Saboya era mais que um combatente da advocacia. "Colocou seu saber jurídico a serviço de suas convicções políticas, pelas quais se expôs a riscos pessoais", disse. Militante do Partido Comunista Brasileiro, Saboya era anistiado da Petrobras, de onde foi demitido, em 1964, quando dirigia o Sindicato dos Trabalhadores da Fábrica de Borracha Sintética, em Duque de Caxias (RJ).
O advogado sofria de câncer no pulmão e morreu na madrugada de ontem, aos 69. Deixa duas filhas, do primeiro casamento. O enterro será às 11 h, no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.

obituario@grupofolha.com.br


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