São Paulo, sábado, 04 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR

Toda essa festa

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

- O Carnaval 2000 vai ter um toque especial: todas as escolas cariocas e paulistas vão comemorar os 500 anos do Brasil em seus enredos. E toda essa festa será transmitida pela Rede Globo...
Isso é do site da própria Globo, gabando-se da transmissão exclusiva dos desfiles. Contra ou a favor da história oficial, o Carnaval dos 500 anos é de uma única rede.
A Bandeirantes pode ter as duas musas mais exibidas e cobiçadas na TV e fora, Feiticeira e Tiazinha, mas quem tem os direitos é a Globo, apesar de Valéria Valenssa.
A Band e o resto se restringem aos telejornais, na cobertura da "folia", ou então seguem para os bailes e o Nordeste. Nas chamadas dos intervalos, nem têm para o que chamar a audiência.

Até na Internet, o UOL se foi para a Bahia e, do Rio, mostra ensaios de fevereiro nas escolas de samba.
O Terra, apesar de apresentado como "provedor oficial" do Carnaval do Rio, não pode mostrar o desfile porque até o "streaming", a transmissão de imagens correntes, é exclusividade da Globo.
Mas ninguém, em princípio, precisa temer uma homogeneização frankfurtiana da cultura nacional.
No dizer de Aloysio Legey, diretor-geral do Carnaval 2000 da Globo, os quatro dias de espetáculo apresentam "as histórias do Brasil contadas de muitas maneiras".

São dois dias de São Paulo e dois do Rio. O samba-enredo da paulistana Tom Maior nem escondeu ser a abertura de um espetáculo maior, anunciando para a audiência:
- Se liga, a festa já vai começar!
Nessa festa toda transmitida pela Globo, as muitas "histórias do Brasil" podem até mesmo ser conflitantes, como são os enredos de várias escolas, mas elas cabem todas na mesma TV, como num supermercado de cultura.
É assim em São Paulo e no Rio, onde os desfiles de Carnaval evoluíram aos poucos para um produto bem definido e vendável.
Porém ainda não é assim em Salvador, Recife e Olinda, onde o Carnaval não conseguiu se embalar para presente, não achou sua prateleira no supermercado da TV.
Talvez acabe encontrando agora, no supermercado ainda maior da Internet.


E-mail: nelsonsa@uol.com.br



Texto Anterior: Porto Seguro quer recuperar prestígio
Próximo Texto: Túnel do tempo: Blocos já foram da elite e dos subversivos
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.