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DIPLOMACIA
Chegam mais 251 deportados dos EUA
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O segundo vôo fretado com brasileiros deportados dos Estados
Unidos chegou às 11h35 de ontem
ao aeroporto internacional Tancredo Neves, região metropolitana de Belo Horizonte.
Ao todo, desembarcaram 251
imigrantes ilegais, que estavam
em cadeias nos Estados norte-americanos da Califórnia, do Texas, do Arizona e de Massachussets. A maioria saiu de Minas Gerais (141) e Goiás (30).
O retorno dos brasileiros foi negociado por uma missão parlamentar. As despesas -US$ 300
mil por vôo- são bancadas pelo
governo norte-americano. Segundo o deputado João Magno
(PT-MG), outros dois vôos estão
previstos, para 15 de março e 2 de
abril. Para os EUA, o custo de cada preso é de US$ 63 por dia, informou o deputado.
A primeira leva de repatriados,
com 277 brasileiros, chegou em
28 de janeiro. Os prisioneiros do
segundo grupo, como daquela
vez, vieram sem uniformes ou algemas e prestaram depoimento à
Polícia Federal ao chegar.
O objetivo, segundo a PF, é coletar informações sobre o ingresso
dos brasileiros nos EUA e a participação de falsificadores e agenciadores no processo, bem como
sobre as condições das prisões.
Todos os passaportes foram
apreendidos e serão periciados.
Chegada
As primeiras pessoas começaram a ser liberadas duas horas
após o pouso. A movimentação
no aeroporto foi menor do que
em janeiro, com poucos familiares esperando pelos deportados.
Às 18h, todos já haviam sido liberados pela PF -muitos evitaram
falar com os jornalistas.
O comerciante Marcos Tavares
de Barros, 25, de Alto Rio Novo
(ES), foi o primeiro a sair. Disse
ter ficado detido por 50 dias no
presídio de Florence, no Arizona,
após gastar US$ 1.000 para tentar
a travessia e ter sido preso no deserto. "Não volto mais."
Já o motorista Edno Godinho,
34, de Naque (MG), disse que é
"muito simples" transpor a fronteira norte-americana pelo México. "Só não tenho a data, mas vou
programar [a viagem de volta]."
Dos 251 deportados, 38 eram
mulheres. Cirlene Vieira, 27, de
Ouro Preto do Oeste (RO), contou ter sido humilhada pelas policiais de Florence, que a xingavam.
"Só pensava em voltar."
Presos ao tentar cruzar a fronteira, Miracy Prates, 40, e Anderson Alves, 31, de Pescador (MG),
passaram dois meses se comunicando apenas por carta, por estarem em alas separadas da cadeia
de Florence.
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