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JOGO DE EMPURRA
Prefeito diz que acharia "ótimo" perder gestão plena das verbas de saúde, como quer conselho municipal
Maia ameaça "devolver" hospitais à União
DA SUCURSAL DO RIO
O prefeito do Rio de Janeiro,
Cesar Maia, disse que "acha ótimo" perder a gestão plena do sistema de saúde. Para ele, isso significaria não ter mais de cuidar dos
hospitais federais municipalizados. "Acho ótimo. Devolvo todas
as unidades federais e, em seguida, normalizamos a situação das
nossas", disse, ao ser questionado
se a perda de gestão não seria um
retrocesso.
O secretário municipal da Saúde do Rio, Ronaldo Cezar Coelho,
classificou como "política" a decisão do Conselho Municipal de
Saúde de tirar do Rio a gestão plena das verbas da saúde. "O ministério tem intenção política e o
conselho é ligado a grupos políticos", disse.
O secretário reafirmou ontem
que "vai chegar a um acordo"
com o governo federal. "Se não
chegarmos, vou devolver os nove
hospitais [municipalizados]."
Informado de que o ministério
tem uma liminar que proibiria a
devolução, disse que a determinação não é válida. "Isso é coisa de
rapazinho advogado. Não existe
força que obrigue um ente [a
União] a quebrar o outro."
Coelho afirmou que a prefeitura
deve formalizar hoje sua contraproposta na negociação com o
ministério.
Um dos pontos em que deverá
insistir, e que não consta da proposta do ministério, é a transferência de R$ 82 milhões em recursos federais para projetos estratégicos que a secretaria considera
ações de saúde, como a despoluição da baía de Sepetiba, além dos
R$ 46 milhões prometidos pela
pasta para cobrir os custos de
contratações para vagas de funcionários federais.
A secretaria quer ainda que aos
R$ 55 milhões prometidos para
reformas sejam acrescidos R$ 10
milhões para a abertura de oito
postos de saúde 24 horas na Baixada Fluminense.
Segundo Coelho, serão construídas centrais de organização de
demanda assim que o ministério
garantir verbas para reforma do
hospital Souza Aguiar, que abrigará essas unidades.
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