|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
União propõe imposto para revitalização de áreas comerciais
Ministério das Cidades articula com empresários uma proposta de emenda constitucional para criação do tributo
Se aprovada a emenda, os próprios empresários receberão os recursos arrecadados e determinarão como eles serão aplicados
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério das Cidades articula com empresários uma
proposta de emenda constitucional para permitir que prefeituras possam cobrar tributo
para revitalizar áreas comerciais. A cobrança ou não do imposto será determinada pelos
empresários das regiões afetadas, e não pelo poder público.
O projeto foi inspirando em
iniciativas semelhantes nos Estados Unidos e no Canadá, onde 1.200 regiões foram revitalizadas com o modelo.
A minuta do projeto será
apresentada hoje pelo ministro
das Cidades, Marcio Fortes, e
pela secretária Nacional de
Programas Urbanos, Teresa
Jucá, a prefeitos e autoridades
municipais de regiões metropolitanas, na presença de empresários e executivos.
Após a discussão, o projeto
seguirá para análise da Casa Civil e posterior envio para apreciação do Congresso Nacional.
O ministério pretende que a votação ocorra ainda neste ano.
Se aprovada a emenda, prefeituras poderão cobrar o imposto dos empresários das regiões escolhidas para recuperação, que receberão os recursos
e determinarão como serão
aplicados. A mudança da lei é
necessária pois não há mecanismo que permita aos contribuintes sugerir a criação de tributos e receber os recursos para fins determinados por eles.
A proposta partiu da ACRJ
(Associação Comercial do Rio
de Janeiro), em parceria com
empresas sediadas no centro da
cidade -entre elas Petrobras e
Vale, as duas maiores do país.
Inspirado nas BIDs (Business
Improvement Districts ou algo
como melhorias em áreas por
empresas), o projeto prevê a
criação de regiões dentro de
bairros comerciais em que as
empresas ali sediadas sejam
responsáveis pelas despesas
com limpeza, vigilância, iluminação, manutenção de banheiros públicos e até programação
de eventos e plano de desenvolvimento econômico. Donos de
imóveis residenciais na região
ficam livres da cobrança.
"Isso não quer dizer que o poder público ficará dispensado
de prestar os serviços essenciais, como segurança e limpeza, na área", afirma Maria Sílvia
Bastos Marques, vice-presidente da ACRJ. "A polícia continuará passando pela área, os
garis continuarão varrendo. Os
empresários custearão serviços
suplementares", afirma.
A ideia é que a vigilância conte também com homens uniformizados munidos de rádio,
sem armas. Está prevista ainda
a criação de canais de comunicação com a polícia.
Os serviços seriam custeados
com o novo tributo. As AREs
(Áreas de Revitalização Econômica), como vêm sendo chamadas, só seriam criadas com
aprovação da maioria dos empresários envolvidos. Mesmo
quem votar contra a proposta
será obrigado a pagar o tributo.
Quem não o fizer pode ser inscrito na dívida ativa.
Cada ARE seria administrada por um conselho formado
por empresários da região, que
elegeria um diretor-executivo.
O trabalho funcionaria por
tempo determinado -normalmente quatro anos- após o
qual os empresários voltariam
a se reunir para decidir se mantêm a ARE funcionando e cobrando tributo ou não.
No Rio, a região compreendidas pelas avenidas Chile e Almirante Barroso, no centro,
onde ficam as sedes da Petrobras, do BNDES e de inúmeros
escritórios, seria escolhida como a primeira ARE do país. Os
empresários estimam que os
investimentos podem superar
R$ 15 milhões em quatro anos.
Texto Anterior: Foco: Gabriel e Julia são os nomes mais escolhidos na maior maternidade de São Paulo Próximo Texto: Modelo foi criado na América do Norte há 40 anos Índice
|