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Bando ateia fogo em ônibus com passageiros
Em protesto depois de prisão de jovem, moradores da Cidade de Deus incendiaram o coletivo; doze pessoas se feriram
Seis pessoas ainda estavam internadas com queimaduras; rapaz preso disse a jornalistas que não deu ordem para queimarem condução
DA SUCURSAL DO RIO
Aos menos 12 dos 25 passageiros de um micro-ônibus sofreram queimaduras após o coletivo ser incendiado, anteontem, na Cidade de Deus (zona
oeste do Rio). De acordo com a
Polícia Militar, o ato foi em repúdio à prisão, pouco antes, de
Leandro de Oliveira da Silva,
19, sob suspeita de tráfico.
O motorista Edson Cerqueira, 47, afirmou que foi obrigado
a parar após o veículo ser atingido por pedras. Segundo ele,
um homem com um galão com
combustível ordenou que
abrisse a porta.
"Imaginei que iam atear fogo.
Mas supus que fossem esperar
os passageiros descerem."
Houve corre-corre e uma
passageira que caiu foi pisoteada, demorou a chegar até a porta e sofreu queimaduras.
"Quando chegou à porta, um
rapaz a puxou e a pegou no colo.
Ele salvou a vida dela", contou
Valéria Acosta, vizinha de Ana
Sheila de Souza, 21, que teve
40% do corpo queimado. Das
12 pessoas queimadas, metade
estava internada.
Outra versão
O depoimento do motorista
do ônibus difere do que informou a polícia. Segundo policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), meia-hora
depois da prisão de Silva -às
21h10, com 75 trouxinhas de
cocaína- uma mulher que aparentava estar grávida fez sinal
para o coletivo. Quando o motorista parou, pedregulhos e explosivos foram arremessados.
A PM logo enviou tropa do
Batalhão de Operações Especiais à Cidade de Deus. Onze
pessoas foram levadas para a
delegacia, das quais três parentes de Silva: o pai, Argemiro
Galdino da Silva, 49; o primo
Alex Galdino, 28; e a irmã de 15
anos. Três grávidas foram interrogadas. Todos negaram envolvimento e foram liberados.
A jornalistas Silva afirmou
não ter dado ordem para incendiar o ônibus e disse que quem
fez "essa merda tem que ser
preso". A polícia afirmou que
identificou três suspeitos de
queimar o ônibus.
Na favela, moradores disseram que o protesto decorreu de
ameaças de PMs a Silva. Segundo uma mulher, que não deu o
nome, os PMs disseram que
matariam o rapaz assim que
deixassem a favela.
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