São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2010

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Discussão e acusações de racismo marcam primeiro dia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma quente discussão sobre o sistema de cotas e acusações de racismo marcaram o primeiro dos três dias de audiências.
Natália Maria, 22, negra, é aluna cotista de ciências sociais da UnB. Ela acusou um cinegrafista da TV Justiça e uma moça do cerimonial do Supremo de tratamento racista após pedir que não fosse filmada.
"Falaram que estava fazendo showzinho. Foi um caso clássico do que enfrentamos no dia a dia, espécie de racismo velado."
A causa foi uma discussão entre ela e Marcel Van Hatten, 24. Loiro de olhos verdes -é filho de holandês e descende de alemão-, Marcel, formado em relações internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é contra o sistema.
"Por que o branco pobre não tem o direito de usar as cotas? A nós, brancos, não pode ser imputada uma dívida que é histórica. Temos de olhar para a frente", disse ele.
"O racismo impede as pessoas de disputarem postos de poder", rebateu Natália. "Numa seleção de emprego entre uma colega branca e eu, negra e pobre, não tenho a menor dúvida de que ela será escolhida."
Para Van Hatten, racistas são as cotas, que "dividem a sociedade e beneficiam só os negros".
O STF não recebeu queixa.


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