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Autor da velha guarda reclama de enredo atual
"É difícil entender júri", diz Ideval Anselmo, 70
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
O autor de Narainã (1977) e
Almôndegas de Ouro (1979),
Ideval Anselmo, aos 70 anos,
ainda emplaca sambas enredos nas escolas de São Paulo.
"Mas está cada vez mais
difícil", admite um dos maiores campeões do Carnaval
paulistano de todos os tempos. Ele ganhou títulos quando letra e melodia eram julgadas de forma separada.
Desde 2007, não existe
mais essa separação.
"É difícil entender o julgamento hoje. Sambas com letras ou melodias nem tão
marcantes acabam ganhando a nota 10", afirma.
Segundo o compositor,
que nos anos 1970 emplacou
sambas principalmente na
Camisa Verde e Branco, hoje,
para mostrar uma música na
quadra da escola, é preciso
um investimento alto.
Os autores têm que montar
um megashow, "que ajuda a
atrair turistas", diz Anselmo.
De acordo com ele, é preciso gastar até R$ 15 mil para
comprar bandeirinhas, levar
a torcida e gravar os CDs de
demonstração. "Tudo pago
pelos compositores".
Não por acaso, os sambas
enredos das escolas paulistanas costumam ter quase dez
pessoas como autores. Assim, a conta fica menor para
cada um dos autores.
"Se ganha, o compositor
vai ficar com um pouco mais
do que gastou. É praticamente elas por elas".
Apesar de tudo, Anselmo
estará na avenida neste ano,
"a não ser que chova", diz.
O samba da Camisa Verde
e Branco que fala sobre a avenida Paulista é dele, e de
mais cinco pessoas.
"Este é meu chão. Vou pisar nele", diz o compositor.
"Minha roupa está pronta. Só
não vou se chover".
A tradicional escola da capital, que está no grupo de
acesso, desfila no domingo.
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