São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2000


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RODOVIA
Esquema de concessão muda também a publicidade
Governo analisa hoje edital de privatização sem fibra óptica

OTÁVIO CABRAL
da Sucursal de Brasília

O CND (Conselho Nacional de Desestatização) analisa hoje o edital de privatização de sete trechos de rodovias federais. A principal novidade em relação às estradas já privatizadas é a retirada do direito de exploração da rede de fibra óptica que está sendo instalada às margens das rodovias.
Pelo esquema atual de concessão, toda a renda ganha com o aluguel do canteiro das estradas para a passagem de fibra óptica e das margens para publicidade fica com as concessionárias, que devem compensar o lucro reduzindo o valor do pedágio.
A partir da próxima licitação, caso o edital seja aprovado hoje, as concessionárias ganham apenas o direito de explorar a rodovia e administrar o dinheiro do pedágio. Fibra óptica e publicidade serão objeto de outras licitações.
Os detalhes finais dos editais estavam sendo definidos na noite de ontem, na reunião entre o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, e o diretor de concessões do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), Lívio Rodrigues de Assis.
A fibra óptica é um sistema de comunicação de dados que é enterrado ao longo das rodovias. É instalado por firmas especializadas em transporte de dados e utilizado por grandes empresas que precisam trocar um grande número de informações entre si.
Atualmente, apenas a NovaDutra, concessionária da via Dutra, tem contrato para a exploração da fibra óptica nos 400 km da rodovia, que rende cerca de R$ 9 milhões por ano. O governo deve privatizar mais de 2.600 km, o que deve render R$ 55 milhões anuais.
Outra novidade do edital é que o Ministério dos Transportes não cobrará nada das empresas que ganharem as concessões das estradas. Vence a licitação o consórcio que cobrar o valor menor de pedágio, com o teto de R$ 3 a cada 100 km. Por outro lado, as obras de ampliação e duplicação das estradas serão de responsabilidade dos governos federal e estadual.
O consumidor gasta menos em pedágio, mas parte do imposto que ele paga será utilizada em obras nas estradas privatizadas. Se o edital for aprovado hoje, o processo de licitação deve ser concluído ainda neste semestre.


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