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PRESÍDIOS
Governador propôs federalização anteontem
Juiz pode não autorizar possível transferência de Beira-Mar para ES
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
O juiz da Vara de Execuções Penais de Vitória (ES) Carlos Eduardo Lemos afirmou que, se o governo federal não transformar a
penitenciária de segurança máxima de Viana "realmente em um
presídio de segurança máxima",
não autorizará a possível transferência do traficante Fernandinho
Beira-Mar para o Estado.
A federalização da penitenciária, conhecida como Mosesp II,
foi proposta anteontem pelo governador Paulo Hartung (PSB) ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre Beira-Mar, o governador disse que "todos temos que
dar nossa contribuição", mas ressaltou não ter comentado o caso
com Lula.
"Se fizerem a estrutura adequada para isso [receber Beira-Mar],
é um caso até a se pensar. O que é
inaceitável é fazer isso com a estrutura atual, que não tem condições de abrigar nem os nossos
presos, nem de baixa periculosidade", afirmou Lemos.
Juiz assassinado
Em caso de transferência para o
Estado, ele será o juiz responsável
pelo traficante carioca. Lemos trabalhava com o juiz de execuções
penais Alexandre Martins de Castro Filho, morto no último dia 24.
O principal suspeito de ser o
mandante do crime, de acordo
com a Secretaria da Segurança
Pública, é o coronel reformado da
PM Walter Gomes Ferreira,
transferido por Castro Filho para
uma penitenciária no Acre.
A coordenadora da Pastoral
Carcerária no Estado, Isabel Borges da Silva, criticou a proposta de
federalização do Mosesp II para
abrigar presos de alta periculosidade. "Não existe presídio de segurança máxima enquanto tivermos corruptos dentro dos nossos
Poderes Judiciário e Legislativo e
do sistema penitenciário. Aqui o
crime está institucionalizado",
disse ela.
Segundo o secretário de Justiça,
Luiz Ferraz Moulin, seria necessário R$ 1,7 milhão para transformar o presídio em uma unidade
de segurança máxima. "Com esse
dinheiro o governo federal construiria mais dois pavilhões e faria
toda a automação do presídio."
Hartung informou que a União
vai repassar R$ 50 milhões ao Espírito Santo para melhoria das
polícias e do sistema prisional. O
governador ainda aguarda resposta do Ministério da Fazenda a
respeito da liberação de recursos
relativos a royalties pela exploração de petróleo no Estado. O dinheiro seria usado para pagar a
dívida com o funcionalismo, de
R$ 280 milhões.
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