São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2006

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TRANSPORTES

Veículos com mais de 10 anos, que hoje chegam a quase 20% da frota da cidade, poderão rodar até o final de 2008

Prefeitura cede e libera ônibus velhos por mais dois anos

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo cedeu a parte das reivindicações das viações e decidiu permitir que ônibus com idade superior a dez anos continuem rodando nas ruas da cidade por mais tempo.
Os contratos firmados em 2003, no governo Marta Suplicy (PT), proíbem a circulação dessa frota, sujeita a mais quebras e desconforto, mas a regra vem sendo descumprida desde então e a prefeitura decidiu dar um novo prazo para ela ser exigida integralmente: 31 de dezembro de 2008, no final da administração Serra/Kassab.
Os coletivos com mais de dez anos de uso somam hoje mais de 1.500 -quase 20% do total. Há outros 1.500 fabricados em 1996 que deveriam ser substituídos em 2006, mas que terão um novo limite de uso devido ao acerto de sexta passada, no último dia de José Serra (PSDB) como prefeito.
A nova regra fez parte das negociações entre as empresas de ônibus e a prefeitura, que se arrastaram por quatro meses e cujo acerto teve 19 versões antes da final.
No mês passado, as viações chegaram a solicitar a rescisão dos contratos, sob a alegação de que não tinham mais condições financeiras de prestar os serviços. Elas consideraram os resultados das negociações "insuficientes".
Além de flexibilizar a exigência para a substituição da frota antiga, a prefeitura concedeu um reajuste na remuneração -que eleva em 9,5% os repasses, de R$ 158 milhões para R$ 173 milhões/mês.
O governo Serra/Kassab também prometeu fazer pagamentos adicionais para as viações que comprarem veículos mais novos.
O secretário dos Transportes, Frederico Bussinger, avalia que esse incentivo deve levar à queda da idade média da frota, apesar da prorrogação do prazo para os ônibus com mais de dez anos.
Ele afirmou que a flexibilização na exigência da idade máxima ocorreu até pela falta de "capacidade da indústria" e que essa pendência vem da gestão Marta.
Segundo Bussinger, não haveria condições de produção para substituir os mais de 1.500 fabricados até 1995 e os 1.500 de 1996.
A prefeitura acertou com as empresas um novo cronograma para a troca dos ônibus de 1991, 1992, 1993 -que somam 120 e serão substituídos até 30 de junho.
Os de 1994, que totalizam 300, serão trocados até 31 de dezembro deste ano, junto com um terço da frota de 1995, que chega a 1.100. As empresas que não cumprirem as datas terão descontos.
A prefeitura definiu ainda que a regra contratual que obriga haver um ônibus por linha adaptado para portadores de deficiência será cumprida até 31 de julho. Hoje, 731 dos mais de 900 trajetos têm condições de acessibilidade.


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