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TRANSPORTES
Veículos com mais de 10 anos, que hoje chegam a quase 20% da frota da cidade, poderão rodar até o final de 2008
Prefeitura cede e libera ônibus velhos por mais dois anos
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo cedeu
a parte das reivindicações das viações e decidiu permitir que ônibus com idade superior a dez
anos continuem rodando nas
ruas da cidade por mais tempo.
Os contratos firmados em 2003,
no governo Marta Suplicy (PT),
proíbem a circulação dessa frota,
sujeita a mais quebras e desconforto, mas a regra vem sendo descumprida desde então e a prefeitura decidiu dar um novo prazo
para ela ser exigida integralmente:
31 de dezembro de 2008, no final
da administração Serra/Kassab.
Os coletivos com mais de dez
anos de uso somam hoje mais de
1.500 -quase 20% do total. Há
outros 1.500 fabricados em 1996
que deveriam ser substituídos em
2006, mas que terão um novo limite de uso devido ao acerto de
sexta passada, no último dia de
José Serra (PSDB) como prefeito.
A nova regra fez parte das negociações entre as empresas de ônibus e a prefeitura, que se arrastaram por quatro meses e cujo acerto teve 19 versões antes da final.
No mês passado, as viações chegaram a solicitar a rescisão dos
contratos, sob a alegação de que
não tinham mais condições financeiras de prestar os serviços. Elas
consideraram os resultados das
negociações "insuficientes".
Além de flexibilizar a exigência
para a substituição da frota antiga, a prefeitura concedeu um reajuste na remuneração -que eleva
em 9,5% os repasses, de R$ 158
milhões para R$ 173 milhões/mês.
O governo Serra/Kassab também prometeu fazer pagamentos
adicionais para as viações que
comprarem veículos mais novos.
O secretário dos Transportes,
Frederico Bussinger, avalia que
esse incentivo deve levar à queda
da idade média da frota, apesar da
prorrogação do prazo para os
ônibus com mais de dez anos.
Ele afirmou que a flexibilização
na exigência da idade máxima
ocorreu até pela falta de "capacidade da indústria" e que essa pendência vem da gestão Marta.
Segundo Bussinger, não haveria
condições de produção para
substituir os mais de 1.500 fabricados até 1995 e os 1.500 de 1996.
A prefeitura acertou com as empresas um novo cronograma para
a troca dos ônibus de 1991, 1992,
1993 -que somam 120 e serão
substituídos até 30 de junho.
Os de 1994, que totalizam 300,
serão trocados até 31 de dezembro deste ano, junto com um terço da frota de 1995, que chega a
1.100. As empresas que não cumprirem as datas terão descontos.
A prefeitura definiu ainda que a
regra contratual que obriga haver
um ônibus por linha adaptado
para portadores de deficiência será cumprida até 31 de julho. Hoje,
731 dos mais de 900 trajetos têm
condições de acessibilidade.
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