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Vendaval destrói 4 hangares em Congonhas
Três pessoas ficaram levemente feridas; na zona sul de SP, 195,3 mil imóveis de nove bairros foram atingidos por apagão
Lojas do aeroporto foram fechadas; atendentes de companhias aéreas faziam atendimento manual, e não informatizado, no check-in
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma forte tempestade, com
as rajadas de vento mais intensas do ano em São Paulo, destelhou ontem à tarde os hangares
de quatro empresas no aeroporto de Congonhas (zona sul).
Um deles ficou totalmente destroçado, sua estrutura voou sobre casas e veículos e deixou
pelo menos três vítimas leves.
Duas linhas de subtransmissão de energia da Eletropaulo
foram afetadas por descargas
atmosféricas e provocaram um
apagão em 195,32 mil imóveis
de nove bairros da zona sul.
Pedestres foram até arrastados devido à força do vento.
As próprias instalações de
Congonhas ficaram às escuras
durante dez segundos e, em seguida, somente serviços prioritários foram mantidos com
energia por meio de geradores.
O aeroporto ficou sem ar-condicionado, lojas foram fechadas, a venda de passagens
foi suspensa e funcionários de
companhias aéreas faziam
atendimento manual no check-in, agravando as filas. A situação improvisada começou antes das 17h e seguiu até a noite.
Os hangares cujos telhados
foram destroçados ficam ao lado da pista auxiliar e tem seus
fundos para a avenida dos Bandeirantes. São destinados a jatos executivos e helicópteros.
Pertencem às empresas Flamingo, Morro Vermelho, Premier e TAM -que abriga aviões
da TAM Táxi Aéreo Marília e
cuja estrutura metálica foi lançada sobre as casas e carros.
Segundo a assessoria da
TAM, uma casa em frente ao
hangar foi atingida pelos destroços, ferindo levemente duas
pessoas que trabalhavam no local e a proprietária do imóvel.
Na mesma rua, outras cinco
casas foram atingidas e danificadas pela estrutura que voou.
Uma grávida de oito meses e
meio e uma mulher de 82 anos
passaram mal e tiveram de ir ao
hospital. Moradores foram para hotéis e casas de parentes.
Os imóveis atingidos foram
interditados e os bombeiros diziam que a remoção dos escombros levará de dois a três dias.
Era possível ontem ver mais de
uma dezena de veículos debaixo do material que voou.
Sete aeronaves que estavam
no hangar da TAM -cinco helicópteros, um monomotor e um
bimotor- foram arrastadas pela força do vento e danificadas.
O aeroporto de Congonhas
ficou fechado para pousos e decolagens das 16h03 às 16h40.
As luzes que servem de sinalização aos pilotos sobre a seqüência da pista apagaram.
O Cptec (Centro de Previsão
de Tempo e Estudos Climáticos) informou que, às 16h10, as
rajadas de vento em Congonhas atingiram 90 km/h. Foi
registrada a ocorrência de 388
raios das 15h16 às 16h32.
O SRPV (Serviço Regional de
Proteção ao Vôo), ligado à Aeronáutica, informou que as torres de controle detectaram
ventos de até 148 km/h. O habitual, afirma, é de até 37 km/h.
Bombeiros classificavam a
ventania como um tipo de pequeno tornado. Os fortes ventos também causaram quedas
de árvores, postes e outdoors.
Semáforos ficaram apagados,
aumentando os congestionamentos. Houve nove pontos de
alagamento à tarde na região.
A ventania também derrubou escadas de embarque dos
aviões e arrastou pedestres.
Maria Cláudia Stern, 28, relatou que um homem foi praticamente empurrado pelo vento
ao local onde ela trabalha, a seguradora SulAmérica, onde um
toldo caiu no estacionamento e
danificou cinco carros de clientes.
(KLEBER TOMAZ, CLÁUDIA COLLUCCI, VINICIUS QUEIROZ GALVÃO, EVANDRO
SPINELLI, JOÃO WAINER, ALENCAR IZIDORO E JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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