São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Perícia encontra vestígios de sangue na porta e no interior do veículo do casal

DA REPORTAGEM LOCAL

Vestígios de sangue foram encontrados na maçaneta da porta e dentro do Ford Ka do pai de Isabella, Alexandre Nardoni, por peritos do IC (Instituto de Criminalística) da Polícia Civil de São Paulo.
A perícia já havia encontrado anteriormente, no último sábado, sangue no corredor do apartamento, no lençol da cama do quarto e na tela de proteção cortada de onde a menina teria caído do sexto andar.
O novo material foi achado anteontem à noite após o delegado do caso, Calixto Calil Filho, do 9º DP, requisitar nova perícia no veículo que Nardoni e sua mulher, Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, utilizaram momentos antes da morte da menina.
Foi no Ka que Nardoni afirma ter levado a filha, a mulher e os dois filhos que tem com ela a Guarulhos no sábado. Depois, ele disse em seu depoimento que voltou a seu prédio, no Carandiru, zona norte, e estacionou o automóvel na garagem.
Todos os filhos, segundo ele, estavam dormindo. Em seguida, afirmou, ele subiu só com Isabella, deixou-a na cama do seu quarto e voltou à garagem, deixando a porta trancada. Quando subiu novamente, desta vez com a mulher e os dois filhos, afirmou não ter encontrado Isabella na cama.
Do quarto dos filhos, disse ter visto a menina caída no jardim. O resgate a achou com parada cardiorrespiratória. De acordo com Nardoni, alguém a atirou da janela.
Peritos ouvidos pela Folha não souberam explicar por que somente anteontem foi requisitada uma perícia mais aprofundada com reagentes químicos e um aparelho que emite uma potente luz. Foi por meio desses equipamentos que foi encontrado o sangue.
O material deve chegar hoje ao laboratório do instituto para análises de DNA. Ele será comparado com amostras de sangue da vítima, do pai e da madrasta. O objetivo dos peritos é saber de quem é a substância.
A perícia também examinará mudas de roupa de Nardoni que foram encontradas no apartamento ao lado, que pertence à sua irmã.
Para a polícia, a morte de Isabella não foi acidental -a perícia já sabe que a tela foi cortada com uma tesoura. Suicídio está descartado por Calil Filho, que afirma que a menina foi assassinada. O delegado suspeita do pai e da madrasta.
O IML (Instituto Médico Legal) elabora um laudo sobre a causa da morte. Médicos legistas encontraram indícios de asfixia -manchas na nuca, coração e pulmão. Isabella poderia ter sido morta asfixiada ou perdido a consciência deste modo.
A equipe também estuda se ela morreu ao cair ou foi deixada no jardim. Para os peritos, a morte pode ainda ter sido causada por asfixia seguida de queda. Ela fraturou o pulso e teve um trauma na cabeça. (KT)


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