São Paulo, sábado, 04 de abril de 2009

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Operadoras dizem que cobrança é ilegal e pode elevar preços

Confederação Nacional de Saúde aguarda julgamento de ação em que questiona a lei que regulamenta os planos de saúde

DA SUCURSAL DO RIO

As associações que representam operadoras privadas contestam a legalidade da cobrança feita pela ANS e afirmam que existe o risco de as mensalidades aumentarem caso a agência passe a cobrar por todos os atendimentos de segurados feito no SUS.
A CNS (Confederação Nacional de Saúde), por exemplo, afirma que espera o julgamento, no STF, de uma ação direta de inconstitucionalidade em relação a lei que regulamentou os planos de saúde em 1998.
"O entendimento de nossos juristas é que é um direito de nossa população usar a rede pública mesmo quando ele contrata um plano de saúde. Está na Constituição que saúde é um direito de todos e um dever do Estado. O que um plano de saúde oferece é a oportunidade de um atendimento suplementar diferenciado, mas cabe a ele escolher que serviço vai usar", afirma José Carlos Abrahão, presidente da CNS.

Cobranças indevidas
As associações reclamam da coleta de dados. "Muitas cobranças indevidas já foram verificadas, como a de itens que não constam no contrato ou procedimentos que estão no período de carência", afirma Arlindo Almeida, presidente da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo).
Segundo Egberto Miranda, advogado da Unimed do Brasil, na prática, quem arca com o ressarcimento é o consumidor. "Ele sai prejudicado. De onde vem o recurso para pagar o SUS? Das prestações. O consumidor já paga a manutenção da Previdência e saúde, já está previsto pelos impostos esse atendimento. Se a operadora tiver de ressarcir, ela vai embutir na mensalidade dele um percentual a mais", disse.
A diretora executiva da Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), Solange Mendes, afirma que os problemas na coleta vão desde casos de homônimos até a cobrança de serviços de consumidores que já não eram mais beneficiários de planos.
Ela destaca ainda que considera a regra injusta porque em casos de acidente, por exemplo, os bombeiros são obrigados a levar o paciente para um hospital público. "A consequência é que, no final, o plano fica mais caro para o consumidor", disse.


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