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Psiu multa 1% dos denunciados por barulho
Das 181 mil queixas de poluição sonora registradas em cinco anos na cidade, 1.032 resultaram em multas a estabelecimentos
Segundo a prefeitura, 68% das queixas feitas ao Psiu são referentes à poluição sonora de bares, casas de shows e restaurantes de SP
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em cinco anos, o Psiu (Programa de Silêncio Urbano) recebeu 181 mil queixas, a maioria referente à poluição sonora,
mas aplicou apenas 1.032 multas a quem extrapolava os limites do barulho em São Paulo.
A discussão sobre a qualidade da atuação do Psiu voltou à
tona em meados deste mês
após a Câmara Municipal aprovar uma lei que praticamente
inviabilizava a fiscalização de
ruídos na cidade.
A "lei do barulho" foi derrubada na Justiça, a pedido da
prefeitura, e a fiscalização de
ruídos, que chegou a ser suspensa em um fim de semana,
foi retomada.
Segundo a Secretaria das
Subprefeituras, o Psiu realizou
141 mil atendimentos no período de 2005 a fevereiro de 2010.
Há menos atendimentos que
reclamações porque há casos
com mais de uma reclamação.
Os dados da pasta apontam
que 68% das reclamações encaminhadas ao Psiu são referentes à poluição sonora, o que inclui o barulho de bares, restaurantes, casas de shows e igrejas.
Portanto, os fiscais do Psiu
foram atender quase 96 mil reclamações de poluição sonora
em São Paulo nesses pouco
mais de cinco anos.
As 1.032 multas representam
1,1% do total de atendimentos
referentes a barulho.
Para o prefeito Gilberto Kassab (DEM), a forma de trabalho
do Psiu pode ser modificada.
"Vamos procurar ver se tinha
problemas para aperfeiçoar."
Os locais com maiores índices de reclamação de poluição
sonora são regiões com maior
concentração de bares.
A Subprefeitura da Sé lidera
o ranking de reclamações ao
Psiu. A área inclui trechos de
Higienópolis e Santa Cecília.
A Subprefeitura de Pinheiros, que abrange a Vila Madalena, é a segunda colocada.
Vila Mariana, Mooca (que inclui o Tatuapé) e Lapa (incluindo Perdizes e Pompeia) são as
outras subprefeituras líderes
do ranking de reclamações.
Flagrante
Para multar um bar ou igreja,
por exemplo, por extrapolar os
limites de barulho o fiscal precisa flagrar o momento da infração. Essa é uma das dificuldades do trabalho do Psiu. De
acordo com fiscais e subprefeitos ouvidos pela Folha, a melhor maneira de resolver o problema seria fazer o atendimento na hora que o vizinho fizesse
a reclamação.
Esse trabalho, no entanto, é
difícil de ser feito na hora. As
reclamações não entram on-line no sistema, inviabilizando a
ação imediata da fiscalização.
Além disso, as subprefeituras
direcionam o trabalho dos fiscais para os locais que têm
maior índice de reclamações. A
fiscalização é agendada internamente e os funcionários
saem já direcionados para o suposto local da infração.
Na hora da reclamação, os
atendentes do sistema 156 pedem para a pessoa apontar o
dia da semana e o horário que o
barulho costuma ocorrer, para
poder direcionar a fiscalização.
Na prática, uma festa que faça muito barulho, mas que
ocorra só vez ou outra, dificilmente será abordada pelos fiscais. Os vizinhos, neste caso,
devem recorrer à polícia.
Com tantas dificuldades, segundo a Folha apurou, o maior
índice de multas ocorre em
igrejas evangélicas, que fazem
cultos em horários regulares,
com som alto e grande número
de pessoas.
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