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PROCEDIMENTO
Processo pode levar no máximo 90 dias, após iniciado, caso contrário é arquivado
Impeachment de prefeito precisa ser votado duas vezes na Câmara
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Se vier a ser pedido, o impeachment do prefeito Celso Pitta (sem
partido) vai envolver um processo
que pode levar 90 dias. Durante este tempo, o pedido de afastamento
tem que passar por duas votações
na Câmara.
A primeira é para decidir se a
acusação contra o prefeito paulistano merece ser acatada e passar a
ser investigada pelos vereadores. A
segunda é para efetivamente decidir ou não pela cassação.
O prefeito só deixa o cargo após a
votação final do seu afastamento.
Ainda assim, o impeachment pode ser contestado judicialmente e
uma decisão provisória da Justiça
pode barrar os efeitos imediatos da
cassação. Quando for julgada, a
contestação pode até derrubar de
vez a decisão da Câmara.
Entenda a seguir como são os
passos para cassar um prefeito, segundo as regras da Câmara e a Lei
Orgânica do Município.
Nenhuma delas prevê que o prefeito deve ser afastado do cargo
durante o processo de impeachment.
denúncia
O processo de afastamento começa com a apresentação de uma
denúncia contra o prefeito.
Pela Lei Orgânica do Município e
pelo Regimento Interno da Câmara, a denúncia pode ser feita por
vereadores, partidos políticos ou
qualquer eleitor.
A denúncia à Câmara Municipal
tem que envolver uma infração político-administrativa, como a falta
de probidade administrativa ou o
não-cumprimento de leis e decisões judiciais.
Essa denúncia pode ser feita, por
exemplo, por meio de um relatório
da CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito), que apura na Câmara
as denúncias de corrupção em órgãos da prefeitura.
comissão especial
Depois de lida durante sessão na
Câmara, a denúncia tem que ser
avaliada por uma comissão especialmente escolhida, composta por
sete parlamentares.
A Câmara pode ou não respeitar
a regra de proporcionalidade da
representação partidária para escolher os vereadores que farão
parte dessa comissão. Nessa hipótese, partido com mais assentos na
Casa fica com mais vagas.
Os parlamentares terão dez dias
para emitir um parecer indicando
se a denúncia tem fundamento para ser transformada ou não em
uma acusação contra o prefeito.
acusação
Após a decisão da comissão sobre a denúncia, é realizada a primeira votação do processo de impeachment. O parecer com a acusação contra o prefeito tem que ser
aprovado na Câmara por três
quintos dos parlamentares. No caso da Câmara paulistana, esse quórum significa a aprovação por 33
dos 55 vereadores.
votação final
Se o parecer for aprovado, uma
comissão processante é criada e sete vereadores são sorteados para
fazer parte dela.
Essa comissão tem que garantir
espaço para ampla defesa do prefeito e fazer sessões públicas. No final dos trabalhos, outro parecer
deve recomendar ou desaconcelhar o impeachment.
Se o parecer da comissão defender o impedimento, a decisão será
submetida a mais uma votação -a
segunda e última prevista no processo de impeachment.
O parecer com o pedido de impeachment tem de receber voto favorável de dois terços dos vereadores (37 votos) para ser aprovado.
Ser for rejeitado, o processo de
afastamento é arquivado.
Esta votação tem de ocorrer 90
dias após a acusação contra o prefeito ter sido aceita pela Câmara.
Segundo as regras internas do
Legislativo, a votação final do impeachment é secreta. Cédulas e urna são usadas para que o autor do
voto não seja identificado.
A votação secreta é diferente da
nominal, quando os parlamentares são chamados pelos nomes
etêm que manifestar verbalmente
seus votos.
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