São Paulo, sábado, 04 de junho de 2011

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OAB quer extinção de mais vagas de direito

Entidade diz que fechamento de vagas deveria ser mais frequente

Ministério da Educação já fechou 20 mil vagas de direito no país, além das 10.912 que foram extintas anteontem


DE SÃO PAULO

O vice-presidente da Comissão Nacional de Exame de Ordem da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Edson Bortolai, disse que fechar 10.912 vagas em cursos de direito, como o governo fez anteontem, foi pouco.
Na opinião dele, o MEC (Ministério da Educação) deveria realizar com frequência o fechamento de vagas, para melhorar a qualidade dos profissionais formados.
Anteontem, o ministério publicou no "Diário Oficial" uma lista de 136 instituições que terão vagas cortadas nos cursos de direito já no próximo processo seletivo por terem desempenho ruim em avaliação feita pelo órgão.
Eles tiveram 1 e 2, em escala de 1 a 5, no CPC (conceito preliminar de curso), que leva em conta indicadores como a nota dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), a titulação dos professores e a opinião dos alunos a respeito da infraestrutura e da organização didática da escola.
"Esse fechamento deveria ser mais hostil. Tem muita universidade de direito caça-níquel, que está enganando o aluno. A mensalidade é barata porque os professores recebem pouco e são mal preparados", afirma Bortolai.
Para ele, a má qualidade se reflete nos índices de reprovação dos Exames da Ordem -na última edição, 80% dos inscritos não passaram.
"O governo já sentiu que estamos com excesso de faculdades de direito no país. Só no Estado de São Paulo, temos mais faculdades do que nos EUA", diz.
O MEC afirma que está tomando medidas para melhorar a qualidade dos cursos. Desde 2007, diz o órgão, já foram fechadas 20 mil vagas, além dessas 10.912.
No Brasil, são oferecidas a cada ano mais de 200 mil vagas na área em instituições de ensino superior -em 2009, ano com dados mais recentes, foram 224.322 só na graduação presencial, diz o censo da educação superior.
Anteontem, o ministério permitiu também a abertura de 32 novos cursos de direito.

SÃO PAULO
Cerca de 20% das vagas perdidas anteontem foram em oito faculdades particulares da cidade de São Paulo.
Estácio Uniradial afirma que a decisão poderá ser revertida. São Marcos diz que apura os motivos da nota.
São Francisco e Mogi das Cruzes dizem passar por reestruturação. FMU, Uniban, Unicapit e Anhembi Morumbi não se pronunciaram até a conclusão desta edição.
Entre as principais universidades do país, a Salgado de Oliveira (Universo) não retornou à reportagem até a conclusão desta edição e os representantes da Braz Cubas não foram localizados.


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