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SAÚDE
Vacina contra a infecção pelo papilomavírus humano, que provoca a doença em mulheres, está em fase de estudo
Câncer de colo do útero pode ser controlado
JULIO ABRAMCZYK
Redator-médico
Uma importante causa de morte
em mulheres atualmente pode ser
controlada. É o câncer de colo do
útero (a porção inicial e mais estreita do útero), que é provocado
por um vírus -o HPV (papilomavírus humano).
A medicina está muito próxima
de eliminar o câncer cervical. Uma
das formas poderá ser com uma
vacina contra a infecção pelo HPV,
que está em fase experimental.
Resultados iniciais apresentados
em reunião da Organização Mundial da Saúde, em fevereiro deste
ano, sugerem que a vacina profilática poderá impedir o aparecimento do câncer de colo uterino.
A infecção pelo vírus pode surgir
nos primeiros anos de atividade
sexual, já que é transmitida sexualmente. A célula do colo do útero
infectada pelo vírus demora anos
para transformar-se em uma lesão
pré-cancerosa. E, nesse período,
não apresenta sintomas.
No colo do útero, quando a pequena verruga é retirada precocemente, o problema é afastado. No
caso de a pequena lesão não ser
diagnosticada, poderá se transformar em um tumor maligno invasivo (que tende a se espalhar para
outros tecidos).
Atualmente, são diagnosticados,
a cada ano, 500 mil casos novos de
câncer de colo uterino em todo o
mundo. Cerca de 80% das 300 mil
mortes acontecem em países em
desenvolvimento. No Brasil, para a
previsão dos 22 mil casos novos do
ano passado, a estimativa é de
7.000 mortes.
Enquanto a vacina não vem, a
prevenção está sendo realizada pelo exame ginecológico Papanicolau e pelo rastreamento do HPV. A
identificação do vírus se baseia,
entre outros exames, pelo teste para HPV Digene de Captura Híbrida. O exame diagnostica a presença do vírus oncogênico (gerador de
tumores) muito tempo antes de
surgirem as lesões iniciais.
O câncer de colo do útero é uma
doença de evolução lenta. Estudos
sugerem que o período que uma
célula normal leva para se transformar em uma lesão pré-tumoral
é de 13 a 15 anos. Dessa forma, o
rastreamento de rotina permite
identificar precocemente o problema ainda na fase em que o tratamento oferece 100% de cura.
Estudos têm mostrado que o pico da incidência do HPV está em
torno dos 25 anos, com 15% de
portadoras da infecção. A partir
dessa idade, declina a presença do
vírus oncogênico, estabilizando-se
em 3% a 4% acima dos 35 anos.
Em relação à idade para o exame
preventivo, o Ministério da Saúde
recomenda o teste de Papanicolau
dos 25 aos 60 anos. Após dois exames negativos, com intervalo de
um ano (para afastar a possibilidade de falsos negativos), a mulher
poderá fazer a cada três anos o exame colpocitológico, que dá uma visão direta do colo do útero.
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