Nos dois dias nos quais não houve restrição ao tráfego de veículos na cidade, índices de lentidão superaram a média

A suspensão do rodízio, em caráter experimental, começou anteontem; se não houver mudanças, vai durar duas semanas

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse ontem que já avalia a possibilidade de manter o rodízio suspenso durante todo o mês de julho.
A suspensão por duas semanas, em caráter experimental, começou anteontem e termina na próxima semana. No primeiro dia, os índices de lentidão superaram a média apenas no horário de pico.
Ontem, porém, os congestionamentos em São Paulo superaram a média durante todo o dia, aponta a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Kassab passou a comparar o comportamento do trânsito neste mês, período de férias escolares, com junho, quando não há férias. Para ele, se o comportamento nas semanas de testes for igual ao do primeiro dia, a medida pode ser prorrogada.
"Não é uma posição oficial, é um sentimento que eu tenho. Se for como ontem [anteontem], o meu sentimento é que dá para manter a suspensão do rodízio até o fim do mês."
A CET não faz comparações como a de Kassab. Quando avalia o trânsito, a companhia informa a média daquele dia da semana no ano anterior. E o desempenho dos dois primeiros dias, especialmente no horário de pico, foi bastante ruim.
Um exemplo: ontem, às 19h30, a lentidão em São Paulo chegava a 156 km. A comparação da CET é com a média de lentidão às terças-feiras de julho de 2006, que atingiu 71 km.
Ou seja, o índice ficou 120% acima da média. Na segunda, no pico do dia, a lentidão ficou 69% acima da média.
Ainda que o critério de Kassab seja adotado, o trânsito deste mês está pior -basta comparar os dois primeiros dias com os índices de lentidão de junho.
No mês passado, às 19h das terças, a média de lentidão foi de 123 km. Em junho de 2006, a média para foi de 58 km. Ontem, o índice foi de 156 km.
Essa é a primeira vez desde 1999 -e a terceira desde 1997, quando foi implantado- que a prefeitura suspende o rodízio durante as férias escolares.
Nos anos anteriores, a CET dizia que medições apontavam que em julho não há uma redução significativa do número de veículos em circulação na cidade que justificasse a medida.
Neste ano, a CET mudou de opinião. Diz a empresa que entre 500 mil e 700 mil carros -para uma frota de 5,5 milhões de veículos- saem de São Paulo por ocasião das férias. E que isso justificaria a experiência.
A decisão sobre a volta ou não do rodízio será anunciada só no fim da semana que vem.


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