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Motoristas recorrem a truques para driblar e passar pelo teste
DE SÃO PAULO
Passar no vestibular ou
aprender? No caso da inspeção veicular, são comuns as
histórias de quem busca truques ou estratégias para não
ser reprovado. Na prática, isso enfraquece a utilidade do
programa, que visa controlar
a poluição do ar na cidade.
Donos de carros antigos,
por exemplo, formam um
grupo que teme a vistoria.
"São carros com muita carburação, de difícil regulagem", diz Dalto Pinto, um
dos criadores do clube do Puma, que tem 900 associados.
Proprietário de quatro carros antigos (Puma-79, Chevette-78, Opala-72 e Fusca-71), ele tenta obter a placa
preta para seus automóveis.
Como carro de colecionador, ficam livres da inspeção.
Um dos membros do clube, por exemplo, acabou reprovado com um motor que
tinha rodado apenas 300 km,
diz ele. "Ele pegou um motor
novo, na Volkswagen, e colocou no Puma antigo. Mesmo
assim, acabou reprovado."
Em termos ambientais, a
inspeção veicular vai demorar um pouco para ter efeito,
diz Paulo Artaxo, pesquisador da USP. "Houve enorme
atraso na implementação do
programa. O aumento da frota fez os níveis de poluição
aumentarem. Alguma redução nos índices atuais, só a
partir de 2015", afirma.
O presidente da Controlar,
Harald Zwetkoff, reconhece a
possibilidade de artifícios
para passar na inspeção -inclusive a troca do motor. Afirma que alguns são fraude,
sujeitos a sanções penais.
Mas avalia que, pelo trabalho que dão, os truques não
compensam em larga escala.
De acordo com Zwetkoff, a
queda de emissão de poluentes dos veículos que passaram na inspeção durante o
ano passado equivale à retirada de 500 mil das ruas.
Mecânicos e motoristas
costumam reclamar da instabilidade dos resultados, dizendo não ser possível identificar a origem do problema.
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