São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2001

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PRESÍDIOS

Governo catarinense pede a órgão do Ministério da Justiça que presos da facção criminosa retornem a São Paulo

SC quer devolver os dois líderes do PCC

DA AGÊNCIA FOLHA

A Secretaria da Justiça de Santa Catarina encaminhou ontem um pedido emergencial de devolução dos dois líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), que foram transferidos na última quarta-feira de São Paulo para o Estado, ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional) -órgão ligado ao Ministério da Justiça.
A medida foi tomada após uma resolução baixada pelo governador Esperidião Amin (PPB), que considerou negativa a repercussão causada pela chegada dos detentos ao Estado.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, vários setores sociais, além de Legislativo e Judiciário, se manifestaram contra a medida, que previa a permanência dos líderes na ala de segurança máxima da Penitenciária de Florianópolis por cerca de 30 dias.
A idéia do governo federal era fazer um rodízio dos líderes do PCC entre os presídios do país, para dissipar o poder do grupo.
Considerados os principais fundadores da facção criminosa, José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, chegaram na manhã da última quarta-feira a Florianópolis e estavam incomunicáveis.
A dupla estava entre os cinco líderes transferidos em março de 97 para o Paraná e que retornaram a São Paulo um mês e meio atrás. Os dois negociaram transferências, com outros 11 membros do PCC, em junho, em troca do fim da maior rebelião naquele Estado, que durou 143 horas.
Para evitar transtornos, o secretário-adjunto da Justiça de Santa Catarina, Wilton Henrique Trennepohl, está cuidando diretamente da saída dos líderes do Estado.
A operação que os levou para Santa Catarina incluiu a tropa de choque da Polícia Militar. Geleião e Cesinha tiveram de viajar em comboio para Florianópolis, com policiais paulistas.
Ao chegarem, por volta das 10h de quarta-feira, no aeroporto internacional Hercílio Luz, foram cercados por um forte aparato da PM catarinense, seguindo para o centro de triagem do presídio.
Segundo o tenente Renato Aurélio Sansão, diretor da penitenciária, Cesinha estava recebendo medicamentos específicos em razão de ser portador do vírus HIV.
Nenhum integrante do Depen foi localizado ontem pela Folha para comentar o assunto. (ADRIANA CHAVES)


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