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HABITAÇÃO
Frio fez com que famílias abandonassem o local ontem; grupo seguiu para um edifício invadido na rua Aurora
Sem-teto sai da República e vai para prédio
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
O frio fez com que os cerca de
200 sem-teto que acampavam na
praça da República, centro de São
Paulo, seguissem ontem para um
outro prédio ocupado pelo MSTC
(Movimento dos Sem-Teto do
Centro), também na região.
O edifício onde se instalaram,
na rua Aurora, foi invadido no último dia 21 por 500 pessoas durante série de ocupações promovidas pelo movimento -quatro
prédios foram ocupados no centro de São Paulo.
Os 200 sem-teto que chegaram
ontem à Aurora foram acomodados principalmente no nono andar. Alguns apartamentos são divididos por dez pessoas. "Havia
muitas crianças nas famílias. Não
dava mais para ficar na rua", disse
Fátima Lopes, uma das coordenadoras do MSTC.
Segundo Lopes, há luz e água no
prédio da Aurora e banheiro para
todos. "O que aconteceu com eles
foi muita injustiça", disse.
As famílias acamparam na República após a reintegração de
posse do antigo hotel Terminus,
ocorrida na última sexta-feira. A
reintegração de posse do prédio
da Aurora foi negada em primeira
instância pela Justiça porque o
proprietário não conseguiu comprovar ser o dono do imóvel.
Organização
Após a desocupação do antigo
hotel Terminus e do antigo hotel
Danúbio, o MSTC mantém militantes somente no prédio da Aurora e de outro antigo hotel na rua
Mauá, invadido por mais de mil
famílias também no dia 21.
Um salão de cabeleireiro improvisado foi instalado na frente do
prédio da Mauá. "Favor comparecer com os cabelos lavados e úmidos", diz uma placa.
O movimento pedirá a presença
de um arquiteto para avaliar as
condições estruturais do imóvel.
O proprietário, Mário Lobo Yaakov Sznifer, disse que sua família
tem interesse em vender o prédio,
avaliado, segundo ele, em R$ 5
milhões. Segundo lideranças dos
sem-teto, os donos não pagam IPTU há muitos anos.
Em São Bernardo do Campo
(Grande São Paulo), no terreno
da Volkswagen invadido por integrantes do MTST (Movimento
dos Trabalhadores Sem-Teto), o
aglomerado de barracas ganha alguma organização, com a definição de ruas para passagem dos
moradores. Algumas barracas estão maiores.
"Quando viemos para cá, apareceram muitos oportunistas que
montaram suas barracas e sumiram. Pegamos as barracas abandonadas e usamos para melhorar
as que têm moradores", disse Iracema Mendes, 39 anos, coordenadora do MTST.
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