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SP ganha laboratório de terapia celular
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
Um hospital privado de São José
do Rio Preto (SP), o IMC (Instituto de Moléstias Cardiovasculares), inaugurou um laboratório de
terapia celular para realizar intervenções médicas usando células-tronco adultas em pacientes com
problemas cardíacos.
Os pacientes que passarão por
esse laboratório participam de
um estudo do Ministério da Saúde para o uso de células-tronco
adultas em pessoas que tenham
doenças do coração. O programa
do governo federal engloba o tratamento de casos de infarto agudo do miocárdio, doença isquêmica crônica do coração, cardiopatia chagásica e cardiomiopatia.
O IMC já realizou tratamento
inédito com células-tronco de um
paciente com trombose. A técnica
utilizada evitou que o paciente tivesse a perna amputada e despertou o interesse de outros pacientes que sofrem do mesmo mal
(leia texto nesta página).
Desde a inauguração, na semana passada, três pacientes já se
submeteram aos procedimentos
determinados pelo ministério para o tratamento de doenças do coração. O projeto é custeado pelo
governo federal.
Na quinta-feira passada, um
portador de cardiomiopatia chagásica (doença de Chagas) passou
pela intervenção médica. Na sexta, outro paciente, com 42 anos,
que sofre de cardiomiopatia dilatada (degeneração do miocárdio,
que faz com que o coração perca a
capacidade de pulsar), também
passou pelo procedimento. Anteontem, um homem que havia
sofrido infarto foi atendido.
O coordenador do grupo de estudo de terapia celular do IMC,
Milton Artur Ruiz, que chefiou as
intervenções, disse à Folha que
não poderia informar se os dois
pacientes realmente tiveram implantadas células-tronco em seus
corações ou se houve o uso de placebo. "Se for divulgado para um
paciente x que ele recebeu mesmo
[implante de células-tronco], ele
tem uma reação. Se disser que ele
não recebeu, o efeito psicológico
pode influenciar negativamente."
Em caso de recebimento de células-tronco, que são retiradas da
medula óssea do paciente, um cateter introduzido na região da virilha distribui o material em vários pontos do coração.
Há cerca de três meses, médicos
do IMC deram início às pesquisas
com células-tronco adultas.
O diretor do departamento
científico do hospital, Oswaldo
Tadeu Greco, cardiologista, disse
que em torno de R$ 300 mil foram
gastos com as pesquisas e criação
do laboratório, que faz o preparo
das células-tronco adultas para
serem implantadas nos pacientes.
"A inauguração do laboratório e
o acompanhamento do Ministério da Saúde vão propiciar atender mais doentes por semana.
Nossa meta é realizar de dois a
três procedimentos com células-tronco semanalmente."
O laboratório funcionará também como um aparelho de estudos do material coletado e, depois
dos implantes, acompanhará as
respostas dadas pelos pacientes.
Para o coordenador nacional do
estudo do ministério, Antonio
Carlos Campos de Carvalho,
membro do INCL (Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras), as condições apresentadas
pelo IMC para a aplicação de células-tronco para o tratamento de
cardiopatias são excelentes.
"Aqui tem tudo o que é necessário
para realizar o estudo dentro das
melhores normas internacionais", afirmou.
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