São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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Garota ficou 3 h sem atendimento no Panamá

Com pneumonia, Jacqueline queixou-se de cansaço ao fazer conexão no país; ao chegar ao Brasil, já estava morta

DA REPORTAGEM LOCAL

A garota Jacqueline Ruas, 15, que morreu na madrugada do último domingo durante o voo de volta de uma viagem à Disney, em Orlando (EUA), não recebeu atendimento médico ou teve sua temperatura medida durante as cerca de três horas em que permaneceu no aeroporto da Cidade do Panamá, no Panamá, onde fez conexão para regressar ao Brasil.
Diagnosticada com pneumonia, ela queixou-se de cansaço ao desembarcar e utilizou uma cadeira de rodas para deslocar-se no aeroporto, afirmou ontem Filipe Fortunato, diretor executivo da agência Tia Augusta, contratada para a viagem. Jacqueline estava acompanhada da guia turística Gisele Martins dos Santos.
Em informativo dado à jovem, o Celebration Florida Hospital, onde Jacqueline recebeu atendimento, recomendava que ela procurasse atendimento médico caso voltasse a se sentir mal ou tivesse febre alta, tontura, dificuldade de respirar e dores.
Jacqueline foi liberada na sexta-feira pela equipe médica sem que fossem feitas restrições ao seu embarque de volta ao Brasil no dia seguinte. A empresa Tia Augusta pede apoio do governo brasileiro para questionar a liberação. À reportagem, o hospital se negou a dar detalhes sobre o atendimento.
No hospital, Jacqueline fez exame para detectar gripe suína, que deu negativo, embora já estivesse tomando Tamiflu por recomendação da médica providenciada pela agência que a atendera no hotel. Ainda segundo a agência, uma criança de cerca de 10 anos que viajava com o grupo teve resultado positivo para o exame de gripe suína e ficou de repouso entre 24h e 48h, regressando depois que melhoraram os sintomas.
Eitan Berezin, presidente do departamento científico de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, afirma que a medida correta seria ter levado Jacqueline para um hospital na Cidade do Panamá já que ela não se sentia bem.
A família da jovem queixou-se de falta de informações sobre seu estado de saúde. A tia dela, Magda da Paz Santos, disse que só depois da chegada do voo 759 da Copa Airlines a Guarulhos, no domingo, é que a família ficou sabendo que a garota esteve por seis horas sob observação em um hospital.


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