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MÁFIA ITALIANA
Polícia e Justiça italianas investigam rota de droga que entra no Brasil para depois abastecer Europa
Interpol faz mapa de entrada de droga
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A Interpol (polícia internacional) mapeou pelo menos 20 pontos de entrada no Brasil de drogas
produzidas em países vizinhos e
destinadas ao mercado europeu.
O mapeamento faz parte das investigações que a polícia e a Justiça
da Itália realizam sobre as atividades internacionais das máfias italianas.
Sete Estados brasileiros constam
do mapa do tráfico internacional:
Amazonas, Acre, Rondônia, Pará,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul
e Paraná. Carregamentos de cocaína, heroína e maconha ingressam
no Brasil pelas fronteiras com Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai.
De acordo com as investigações
italianas, as máfias locais e os cartéis do tráfico na América do Sul
são aliados nos esquemas que
abastecem a Europa. Por causa da
posição geográfica e do policiamento precário, o Brasil se tornou
um grande corredor de passagem
da droga rumo à Europa.
Pesquisador do assunto, o juiz
criminal Walter Fanganiello Maierovitch afirma que os pontos de
entrada das drogas são sempre os
mesmos. "A droga chega pelos
mesmos lugares. O que muda são
as rotas por onde a droga circula
até o porto exportador."
Maierovitch preside o Instituto
Brasileiro Giovanni Falcone, entidade vinculada à Fundação Giovanni Falcone, na Itália.
Formada por juízes e advogados
italianos, a fundação tem como
objetivo o estudo e a investigação
de assuntos relacionados às máfias
da Itália.
Segundo o mapeamento dos
pontos de entrada de drogas, Mato
Grosso do Sul é o Estado brasileiro
mais vulnerável.
Cocaína refinada, pasta de cocaína e maconha entram por sete cidades no Mato Grosso do Sul, a
partir da fronteira paraguaia: Ponta Porã, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Porto Murtinho, Dourados,
Corumbá e Amambaí.
As "operações casadas" de cocaína e heroína ingressam em território brasileiro pelas cidades de
Tabatinga e Vila Bitencourt (AM).
A cocaína e a heroína produzidas
na Colômbia entram no Brasil pelos rios que cortam a região.
Os carregamentos de cocaína e
heroína também chegam por via
aérea, em aviões de pequeno porte, que usam pistas clandestinas
abertas em meio à floresta amazônica.
A fronteira com a Bolívia -país
que cultiva plantações de folhas de
coca, de onde a cocaína se origina- é outro ponto crítico.
A droga que chega da Bolívia ingressa no Brasil por cidades no
Acre, Rondônia e Mato Grosso.
A fronteira paraguaia também é
rota de entrada de maconha.
A maconha chega em carregamentos com cocaína em pó e em
pasta pelo Mato Grosso do Sul e
Paraná.
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