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CV perde poder, mas ainda domina
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Embora venha perdendo o controle de seus principais redutos
para os grupos rivais ADA (Amigo dos Amigos) e TCP (Terceiro
Comando Puro), a facção criminosa CV ainda mantém a supremacia no Rio, onde domina 61%
dos pontos de tráfico das favelas
cariocas, segundo a polícia.
Um levantamento feito pela Secretaria de Segurança em 280 das
principais favelas e morros da capital revela que o CV detém o controle de 173 pontos de tráfico,
contra 63 da ADA e 37 do TCP.
Só neste ano, o CV perdeu para
a ADA a venda de drogas nas favelas da Rocinha e do Vidigal (zona sul) e no morro do Zinco (Estácio, zona central). Para o TCP,
perdeu dois importantes redutos
na zona oeste, no conjunto Vilar
Carioca (Campo Grande) e na favela do Sapo (Senador Camará).
Antes unidas, as facções ADA e
TCP também têm entrado em disputas pelos pontos-de-venda de
drogas. Há três semanas, a ADA
tomou do rival os pontos do morro do Timbau e da favela Baixa do
Sapateiro, ambas no complexo da
Maré (zona norte).
A polícia acredita que a guerra
entre as facções deve continuar
nos próximos meses. Há informação de que o líder da ADA, Irapuan David Lopes, o Gangan,
pretende invadir as favelas restantes do complexo da Maré, como a
Nova Holanda e a Parque União,
do CV, além do morro do Dendê
(Ilha do Governador), do TCP.
Dominando a venda de droga
nessas comunidades, a facção teria todo o controle do tráfico nas
margens da baía de Guanabara,
onde, segundo a polícia, chega
grande parte dos carregamentos
de drogas e armas.
O CV vem perdendo seus redutos porque a maioria de seus líderes está preso em Bangu 1. Hoje, o
grande chefe da facção em liberdade é Leonardo Marques da Silva, o Sapinho, do morro da Providência (zona portuária).
Segundo a polícia, a facção teria
um plano de resgatar seus principais chefes em Bangu 1, entre eles
Márcio dos Santos Nepomuceno,
o Marcinho VP. Para isso, os traficantes estariam assaltando carros-fortes e caixas eletrônicos. O
objetivo seria juntar R$ 1 milhão
para colocar o plano em prática.
As recentes apreensões de centrais de telefone em redutos do
CV reforçam essa suspeita.
O TCP também está enfraquecido. Só neste ano, a facção teve cinco líderes presos e um morto.
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