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Instituto Florestal quer
ação turística na Juréia
DA REPORTAGEM LOCAL
O Instituto Florestal deve propor ainda neste mês a transformação de algumas áreas da Estação Ecológica Juréia-Itatins em
parques naturais.
Numa estação, o objetivo é preservar um ecossistema e permitir
a realização de pesquisas -há
atualmente mais de 80 em curso
na Juréia. Por isso, existem muitas
restrições para seu uso. Já o parque prevê a recreação pública em
espaços naturais e atividades de
visitação poderiam ser regulamentadas.
"Poderíamos fazer um centro
de visitantes, criar trilhas, abrir
praias e cachoeiras para turistas",
afirmou o diretor de reservas e
parques do Instituto Florestal,
Luiz Roberto de Oliveira.
Segundo ele, a região da Barra
do Una e cachoeiras como a do
Guilherme têm visitação já consolidada. E a especulação imobiliária é uma das grandes ameaças à
estação ecológica. "O interesse em
explorar turisticamente o lugar
não pode ser descartado. São 46
km de costa, com muitas praias
virgens, a 150 km de São Paulo",
afirmou Joaquim de Marco Neto,
responsável pela estação.
A alteração de áreas em parques, entretanto, dependeria da
criação de uma lei.
Uso sustentável
Os moradores da Juréia querem, em vez da criação de parques, a aprovação de um projeto
de lei que propõe a transformação
de áreas da Juréia em reservas de
desenvolvimento sustentável.
Dessa forma, eles teriam mais liberdade para trabalhar no local.
"A população poderia fazer o
manejo da caxeta, cuja madeira é
usada em artesanato, e palmito",
disse o presidente da União dos
Moradores da Juréia, Arnaldo
Rodrigues das Neves Júnior.
Ele afirmou que se sentiu traído
com a sugestão do IF de transformar algumas áreas em parque.
Oliveira, entretanto, critica o
projeto das reservas. "Ele transforma metade da área da Juréia
em área de desenvolvimento sustentável. Os locais escolhidos são
justamente os mais conservados
da estação. E ainda não está claro
de que forma os moradores poderiam utilizar a terra", disse.
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