São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2005

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Instituto Florestal quer ação turística na Juréia

DA REPORTAGEM LOCAL

O Instituto Florestal deve propor ainda neste mês a transformação de algumas áreas da Estação Ecológica Juréia-Itatins em parques naturais.
Numa estação, o objetivo é preservar um ecossistema e permitir a realização de pesquisas -há atualmente mais de 80 em curso na Juréia. Por isso, existem muitas restrições para seu uso. Já o parque prevê a recreação pública em espaços naturais e atividades de visitação poderiam ser regulamentadas.
"Poderíamos fazer um centro de visitantes, criar trilhas, abrir praias e cachoeiras para turistas", afirmou o diretor de reservas e parques do Instituto Florestal, Luiz Roberto de Oliveira.
Segundo ele, a região da Barra do Una e cachoeiras como a do Guilherme têm visitação já consolidada. E a especulação imobiliária é uma das grandes ameaças à estação ecológica. "O interesse em explorar turisticamente o lugar não pode ser descartado. São 46 km de costa, com muitas praias virgens, a 150 km de São Paulo", afirmou Joaquim de Marco Neto, responsável pela estação.
A alteração de áreas em parques, entretanto, dependeria da criação de uma lei.

Uso sustentável
Os moradores da Juréia querem, em vez da criação de parques, a aprovação de um projeto de lei que propõe a transformação de áreas da Juréia em reservas de desenvolvimento sustentável. Dessa forma, eles teriam mais liberdade para trabalhar no local.
"A população poderia fazer o manejo da caxeta, cuja madeira é usada em artesanato, e palmito", disse o presidente da União dos Moradores da Juréia, Arnaldo Rodrigues das Neves Júnior.
Ele afirmou que se sentiu traído com a sugestão do IF de transformar algumas áreas em parque.
Oliveira, entretanto, critica o projeto das reservas. "Ele transforma metade da área da Juréia em área de desenvolvimento sustentável. Os locais escolhidos são justamente os mais conservados da estação. E ainda não está claro de que forma os moradores poderiam utilizar a terra", disse.


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