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Policiais serão treinados para identificar embriaguez
Medida vai facilitar autuação de motoristas alcoolizados
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de hoje, médicos do
Hospital das Clínicas de São
Paulo vão treinar policiais militares do Estado a identificar
motoristas que beberam acima
do permitido por lei e que se recusam a fazer o teste do bafômetro ou exames de sangue
que comprovam a embriaguez.
Desde fevereiro de 2006,
uma lei federal permite que policiais autuem condutores com
base em sinais de embriaguez,
desde que isso seja feito na presença de duas testemunhas.
Pelo Código de Trânsito Brasileiro, é considerada infratora
a pessoa que apresentar resultado igual ou superior a 0,69 g/l
de álcool no sangue. Isso significa tomar duas latas de cerveja
de 350 ml, por exemplo.
Munidos de um vídeo explicativo, os médicos percorrerão
os batalhões da Polícia Militar
para orientar os PMs sobre os
principais sinais de embriaguez, como olhos vermelhos,
soluços ou sonolência, dificuldade de lembrar ou entender
fatos, perda da noção de tempo
e espaço e falta de coordenação.
"Vamos respaldar os policiais
de informações para que, depois, eles sirvam de multiplicadores desse treinamento", diz a
fisiatra Júlia Greve, professora
da Faculdade de Medicina da
USP e uma das responsáveis
pelo treinamento.
Segundo ela, o envolvimento
dos médicos tornará a abordagem do motorista mais eficaz e
imprimirá mais credibilidade à
ação. "O médico tem mais credibilidade que o policial."
Para o advogado Ciro Vidal,
um dos autores do Código Brasileiro de Trânsito, dificilmente haverá questionamentos jurídicos na atitude dos policiais
porque ela só ocorrerá quando
o motorista se recusar a fazer
os outros testes. Vidal também
lembra que o policial deverá
preencher uma planilha detalhada, aprovada por resolução
do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), com os sinais
observados no motorista.
Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde, de 2004 com base em 454 laudos do Instituto
Médico Legal, mostra que o
consumo excessivo de álcool
está relacionado a 42,7% dos
acidentes fatais no trânsito da
cidade de São Paulo.
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