São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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Policiais serão treinados para identificar embriaguez

Medida vai facilitar autuação de motoristas alcoolizados

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de hoje, médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo vão treinar policiais militares do Estado a identificar motoristas que beberam acima do permitido por lei e que se recusam a fazer o teste do bafômetro ou exames de sangue que comprovam a embriaguez.
Desde fevereiro de 2006, uma lei federal permite que policiais autuem condutores com base em sinais de embriaguez, desde que isso seja feito na presença de duas testemunhas.
Pelo Código de Trânsito Brasileiro, é considerada infratora a pessoa que apresentar resultado igual ou superior a 0,69 g/l de álcool no sangue. Isso significa tomar duas latas de cerveja de 350 ml, por exemplo.
Munidos de um vídeo explicativo, os médicos percorrerão os batalhões da Polícia Militar para orientar os PMs sobre os principais sinais de embriaguez, como olhos vermelhos, soluços ou sonolência, dificuldade de lembrar ou entender fatos, perda da noção de tempo e espaço e falta de coordenação.
"Vamos respaldar os policiais de informações para que, depois, eles sirvam de multiplicadores desse treinamento", diz a fisiatra Júlia Greve, professora da Faculdade de Medicina da USP e uma das responsáveis pelo treinamento.
Segundo ela, o envolvimento dos médicos tornará a abordagem do motorista mais eficaz e imprimirá mais credibilidade à ação. "O médico tem mais credibilidade que o policial."
Para o advogado Ciro Vidal, um dos autores do Código Brasileiro de Trânsito, dificilmente haverá questionamentos jurídicos na atitude dos policiais porque ela só ocorrerá quando o motorista se recusar a fazer os outros testes. Vidal também lembra que o policial deverá preencher uma planilha detalhada, aprovada por resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), com os sinais observados no motorista.
Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde, de 2004 com base em 454 laudos do Instituto Médico Legal, mostra que o consumo excessivo de álcool está relacionado a 42,7% dos acidentes fatais no trânsito da cidade de São Paulo.

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