São Paulo, Sábado, 04 de Setembro de 1999
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"Foi montagem", diz Souza

da Sucursal do Rio

Paulo Roberto de Souza disse no depoimento policial que o menor R.M.S. tinha se despido em seu gabinete para mostrar uma alergia. Ele não especificou em que parte do corpo.
O ex-diretor afirmou que, ao contrário do que os policiais militares relataram, não estava com a calça abaixada. Disse também que nunca teve relações sexuais com menores.
À noite, após examinar Souza e o menor, o Instituto Médico Legal concluiu que não havia vestígios de que qualquer um dos dois tivesse feito sexo anal nas últimas 24 horas.
O ex-diretor do Instituto Padre Severino contou na delegacia que costumava trabalhar todos os dias até as 24h. Ele disse que recebia os internos no gabinete, em horários tardios, em obediência a "políticas administrativas".
A Folha tentou ouvir o acusado na prisão Ponto Zero, mas não foi autorizada. Seu advogado, Celso Graciano Barbosa, foi procurado três vezes em sua casa, mas não respondeu aos recados deixados.
Souza é agente educacional concursado da Secretaria Estadual da Justiça desde 1994. Assumiu a direção do Padre Severino em maio do ano passado. Desde que ingressou no serviço público, ele trabalha no instituto.
Solteiro, Souza mora com os pais em um subúrbio do Rio. Em conversa com o diretor do Degase (órgão da secretaria), Sérgio Novo, ele teria dito que estava sendo vítima de "uma montagem". (ST)


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