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LIXO
Projeto de separação de resíduos já funciona em 18 locais em Pinheiros e no Butantã; coleta seletiva aumentou 150%
SP aposta em feiras para ampliar reciclagem
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a coleta seletiva de
porta em porta não vem, os moradores da cidade de São Paulo têm
a oportunidade de começar a
"treinar", levando seu materiais
recicláveis para uma das 18 feiras
livres nos distritos de Pinheiros e
Butantã (zona oeste da capital),
onde a prefeitura já implantou o
programa Reciclagem na Feira.
Iniciado em julho, os resultados
já são animadores: em pouco
mais de dois meses, a coleta seletiva oficial passou de quatro para
dez toneladas diárias de recicláveis (150% a mais).
O projeto é uma aposta do município para ampliar o reaproveitamento do lixo, reduzir o volume
que vai para os aterros sanitários e
melhorar a qualidade do composto produzido a partir dos resíduos
orgânicos nas usinas de compostagem. De quebra, mantém a higiene das feiras e facilita a limpeza
final das ruas onde elas ocorrem.
Embora ainda atinja só 1,9% das
feiras da capital (são 950 no total)
e ainda conte com a participação
efetiva apenas dos próprios feirantes, a idéia já apresenta resultados promissores, diz Luciano
Legaspe, chefe do Núcleo de Resíduos Orgânicos do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana).
Por isso a meta é ampliar o projeto. Até o fim de outubro serão
incluídas mais 12 feiras na Sé
(centro), e Legaspe afirma estar
estudando uma forma de introduzir a coleta seletiva em pelo menos metade dos contratos de limpeza de feiras da prefeitura. Tudo
isso sem gastar nada a mais.
O material separado é recolhido, durante todo o dia, em grandes sacolas de ráfia (a maior parte
delas doadas por empresas de
construção civil), com capacidade
para mil litros cada. Uma recebe
só madeira, cascas de coco e palha; outra é reservada ao material
orgânico; e uma terceira recolhe
os demais produtos recicláveis
(papel, plástico, vidro e metais).
Tudo é levado para a usina de
Vila Leopoldina, na Lapa (zona
oeste), onde o resíduo orgânico
vira composto e os demais são encaminhados para os aterros ou
vendidos para empresas recicladoras. Outra proposta para os restos de alimentos é usá-los para alimentar os animais nos parques.
Na prática
O projeto da prefeitura ganhou
o apoio do sindicato dos feirantes,
o que reflete a aprovação nas próprias feiras. "A separação do lixo
tem funcionado muito bem e é
ótima porque a rua fica mais limpa", diz Eduardo Amaro Araújo,
33, que vende frutas na praça Benedito Calixto, em Pinheiros, primeira a ter a coleta seletiva.
Ainda não conseguiu, porém,
sensibilizar os consumidores.
Terça-feira passada, de manhã, na
Benedito Calixto, a participação
dos clientes era nula. O principal
motivo: falta de informação.
"Eu acho a idéia ótima para a
feira, mas não sabia que poderia
trazer também o meu lixo", disse
a aposentada Maria das Graças
Leme, 75. "Quem sabe na próxima semana", completou.
Segundo o Limpurb, no mês de
setembro (até dia 25), a média de
material reciclável entregue pelos
frequentadores foi de 239 kg de
resíduos por feira (ou 4,3 t por semana) -o que representa só 12%
de tudo o que é recolhido.
(MARIANA VIVEIROS)
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