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SAÚDE
Seriam destinados R$ 4,5 bilhões
Conselho quer remanejo de verba para o SUS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Nacional de Saúde
irá propor que o governo federal
reveja as metas do superávit primário (receitas menos despesas,
exceto pagamento de juros) para
destinar mais R$ 4,5 bilhões ao
orçamento do SUS (Sistema Único de Saúde).
"Fomos buscar outra vertente.
O cobertor é curto e não queremos tirar da educação, da habitação", afirma Júlia Roland, representante da CUT (Central Única
dos Trabalhadores) no conselho.
A estratégia foi aprovada na reunião ordinária do órgão nos dias
1º e 2 deste mês. O conselho faz o
controle social do SUS e é presidido pelo ministro da Saúde.
A inclusão de R$ 3,5 bilhões do
Fundo de Combate e Erradicação
da Pobreza no cálculo de quanto o
governo deveria gastar em saúde
em 2004 é considerada ilegal pelo
conselho, por contrariar a emenda constitucional 29. O texto
constitucional determinou que a
União deveria gastar em ações e
serviços de saúde o orçamento do
ano anterior, corrigido pela variação do PIB (Produto Interno Bruto) nominal (crescimento real
mais a inflação).
A maior parte da verba do fundo alocada no ministério, no entanto, irá para programas assistenciais, como o Fome Zero, e saneamento, que não são considerados ações e serviços de saúde
pelo conselho.
Há avaliação de que o governo
precisaria aplicar mais R$ 967 milhões na saúde, de acordo com o
cálculo da emenda. Somados aos
R$ 3,5 bilhões, chega-se ao valor
de R$ 4,5 bilhões (13,8% do orçamento do ministério para 2004).
Existe ainda questionamento
sobre a legalidade do uso do mesmo recurso para o cumprimento
de duas emendas constitucionais,
a 29 e a 31 (que criou o fundo).
A Frente Parlamentar de Saúde
estuda a proposição de uma Adin
(Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra o governo. A ação
seria encaminhada pela Confederação Nacional de Saúde.
Segundo o presidente da frente,
deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), não houve avanço em negociação com a Casa Civil.
Uma representação que aponta
ilegalidade no orçamento foi encaminhada por dois petistas e o
ex-deputado federal Eduardo Jorge e ex-petista, à Procuradoria
Geral da República.
(FL)
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