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ADMINISTRAÇÃO
Técnicos do TCM contestam, entre outros pontos, prazo de 20 anos da concessão e pedem esclarecimentos à prefeitura
Tribunal suspende a licitação do lixo
RUBENS VALENTE
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O TCM (Tribunal de Contas do
Município) suspendeu, nesta semana, a mais cara licitação pública em andamento da cidade de
São Paulo, que concederá a dois
consórcios de empresas o sistema
de coleta e tratamento de lixo ao
preço de R$ 8,9 bilhões por um
prazo de 20 anos.
A decisão, que interrompeu a
fase de análise da habilitação dos
quatro consórcios e de uma empresa que apresentaram propostas, partiu do conselheiro do TCM
Edson Simões com base em dúvidas levantadas pelo setor de fiscalização e controle do tribunal.
Os auditores do TCM, ao analisarem o edital, contestaram principalmente cinco pontos do documento: o prazo de 20 anos da concessão, prorrogáveis por mais 20;
a possibilidade de se calcular a garantia dada pela concessionária à
prefeitura com base no valor do
contrato anual e não no total; o fato de não ser considerado o avanço tecnológico na revisão do contrato; os pesos adotados pela fórmula de reajuste da tarifa; e a falta
de clareza quanto às penas a serem aplicadas caso haja infração
por parte da contratada.
O ofício que comunicou a decisão do TCM foi entregue à comissão de licitação no meio da sessão
de abertura das propostas dos
concorrentes, ocorrida na última
terça-feira. Na ata da sessão, a comissão de licitação informou ter
tomado conhecimento "informalmente" do ofício.
Pela ordem do TCM, a prefeitura só poderia receber os envelopes, mas não abri-los, até que fosse analisada a resposta da secretaria. As explicações foram enviadas na tarde da segunda-feira.
Segundo a ata da reunião,
"quando da ciência da referida
determinação os envelopes contendo os documentos da habilitação já haviam sido abertos e encontravam-se sendo rubricados
pelos representantes legais [dos
consórcios e empresa] presentes".
A comissão decidiu "encerrar a
sessão tão logo fosse concluída a
rubrica da documentação". Após
as rubricas, a comissão suspendeu a sessão e anunciou que a decisão sobre as propostas de habilitação, "após a autorização" do
TCM, "será publicada no "Diário
Oficial" do município".
O diretor do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), Fabio Pierdomenico, disse que o
processo de licitação "está suspenso" e que nenhuma proposta
está sendo analisada.
O consórcio Bandeirantes 1 é
formado pelas empresas Delta,
Limpel e Cliba. O Bandeirantes 2,
pela Queiroz Galvão, LOT e Heleno e Fonseca, o São Paulo Limpeza Urbana, pela Vega, Cavo e SPL,
e o Consórcio SP Limpa, pela
OAS, CBPO e H. Guedes. A outra
empresa que concorre é a Qualix.
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