|
Próximo Texto | Índice
PF investiga se piloto do Legacy falhou
Tripulação do jato está impedida de deixar o país e pode ser responsabilizada por homicídio culposo (sem intenção)
No momento do acidente,
Legacy não estava na
altitude prevista no plano
de vôo -deveria estar a 36
mil pés e não 37 mil
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
A Polícia Federal irá investigar se o piloto Joseph Lepore,
envolvido no acidente que vitimou 155 pessoas na última sexta-feira, teve responsabilidade
na colisão entre o Boeing da
Gol e a sua aeronave, o Legacy
600. Lepore e o co-piloto Jean
Paul Palladino estão impedidos
de deixar o país desde a segunda-feira, quando tiveram os
passaportes apreendidos.
O superintendente substituto da PF em Mato Grosso, Geraldo Pereira, afirmou que a investigação atende a pedido do
procurador da República em
Cuiabá, Thiago Lemos de Andrade. Conforme Pereira, a PF
vai apurar se o piloto do jatinho
pode ser responsabilizado por
homicídio culposo (sem intenção), caso não tenha "tomado
cuidados necessários para evitar o acidente".
Conforme a Folha apurou, o
Legacy não estava na altitude
prevista no plano de vôo registrado -deveria estar a 36 mil
pés de altura, mas estava a 37
mil. Em depoimento à Polícia
Civil de Cuiabá, no sábado, o
piloto não informou que isso
havia ocorrido.
A PF incluiu ontem os nomes de Lepore e Palladino no
Sinpi (Sistema Nacional de
Procurados e Impedidos). Assim, eles não podem deixar o
país até segunda ordem.
Além disso, ontem à tarde, a
PF apreendeu os passaportes
dos dois. A apreensão dos documentos de Lepore e Palladino foi autorizada pelo juiz Tiago Souza Nogueira de Abreu,
da Comarca do município de
Peixoto de Azevedo (MT), na
região onde caiu o avião da Gol.
"Os dois são testemunhas essenciais nesta fatalidade. Possivelmente, após o resultado da
perícia, será essencial um novo
depoimento deles. É uma medida [a apreensão de passaportes] de cautela porque não se
descartou falha humana. Estamos nos preparando para a hipótese", afirmou o procurador.
Exames
O piloto e co-piloto passaram
o dia fazendo exames médicos
no Cemal (Centro Médico Aeroespacial) da FAB (Força Aérea Brasileira); na véspera, haviam prestado declarações sobre o acidente na Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (DIPAA),
próximo ao Aeroporto Santos
Dumont, no Rio.
Representantes da Gol e do
Controle de Tráfego Aéreo
também devem ser ouvidos.
Acompanhados de um advogado e assessorados por três representantes do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio,
nem os pilotos nem os diplomatas falaram à imprensa.
Colaborou JOSÉ MASCHIO, da Agência Folha,
em Peixoto de Azevedo (MT), e a Sucursal do Rio
Próximo Texto: Empresa diz que pilotos são habilitados Índice
|