São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2007

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Johnson é advertida por poluir rio em SP

Esgoto vazou em córrego em São José dos Campos em setembro; há 15 dias, houve despejo de talco

DA REPORTAGEM LOCAL

A Johnson & Johnson cometeu uma infração ambiental em setembro, em São José dos Campos, por deixar o lodo da fábrica, resultante de seu esgoto sanitário e industrial, vazar e cair no córrego da Ressaca. A empresa foi advertida pela Cetesb (agência ambiental paulista) e pode ser multada. O acidente ocorreu na madrugada de 8 de setembro.
Há cerca de 15 dias, na fábrica de preservativo, vazou também água com talco de um dos tonéis. A empresa diz que a quantidade foi pequena e que não foi necessário avisar a Cetesb.
A agência ambiental exigiu que a Johnson apresente, em 20 dias, as causas do acidente com o lodo, o volume preciso do vazamento e as medidas de prevenção que adotará para que a situação não volte a ocorrer. Caso isso não seja feito, a empresa pode ser multada -o valor varia de R$ 142 a R$ 142 mil. A Johnson diz que ainda não foi notificada oficialmente.
O biólogo Ferdinando de Barros Cobra, agente de fiscalização da Cetesb, diz que o lodo não é considerado perigoso à população e que prejudica apenas o córrego -o material orgânico reduz o oxigênio na água. Poderia ocorrer matança de peixes, mas o córrego quase não tem vida em razão da grande quantidade de esgotos jogados no local.
O córrego da Ressaca deságua no rio Paraíba do Sul, a dois quilômetros de distância, onde a Sabesp faz captação de água. A Sabesp afirma que o tratamento de água está normal na região.
"Obrigamos a Johnson a limpar toda a área porque, se chovesse, o lodo que ficou no terreno cairia também para o córrego. A limpeza levou dois dias", disse Cobra.
Os moradores do Jardim Pôr-do-Sol, na margem do córrego da Ressaca, reclamam da situação e, principalmente, do mau cheiro provocado pelos vazamentos. "Esses problemas acontecem sempre. Tentamos entrar em contato com a empresa, mas nos barram na portaria", diz o presidente da Sociedade Amigos de Bairro do Jardim Pôr-do-Sol, Pérsio Rosendo de Oliveira, 41.

Outro lado
O diretor corporativo da Johnson & Johnson, Sérgio Pompílio, afirma que todas as medidas necessárias foram tomadas pela empresa e que a recuperação da área foi total.
Segundo ele, a empresa investiga a causa. Foi encontrada uma vassoura no sistema, o que teria causado o entupimento. "Assim que tomamos conhecimento do problema avisamos a Cetesb. Demorou um pouco mais em razão do feriado. Mesmo assim, envolvemos as autoridades o mais rápido possível."


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