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Johnson é advertida por poluir rio em SP
Esgoto vazou em córrego em São José dos Campos em setembro; há 15 dias, houve despejo de talco
DA REPORTAGEM LOCAL
A Johnson & Johnson cometeu uma infração ambiental em
setembro, em São José dos
Campos, por deixar o lodo da
fábrica, resultante de seu esgoto sanitário e industrial, vazar e
cair no córrego da Ressaca. A
empresa foi advertida pela Cetesb (agência ambiental paulista) e pode ser multada. O acidente ocorreu na madrugada de 8 de setembro.
Há cerca de 15 dias, na fábrica
de preservativo, vazou também
água com talco de um dos tonéis. A empresa diz que a quantidade foi pequena e que não foi
necessário avisar a Cetesb.
A agência ambiental exigiu
que a Johnson apresente, em
20 dias, as causas do acidente
com o lodo, o volume preciso
do vazamento e as medidas de
prevenção que adotará para
que a situação não volte a ocorrer. Caso isso não seja feito, a
empresa pode ser multada -o
valor varia de R$ 142 a R$ 142
mil. A Johnson diz que ainda
não foi notificada oficialmente.
O biólogo Ferdinando de
Barros Cobra, agente de fiscalização da Cetesb, diz que o lodo
não é considerado perigoso à
população e que prejudica apenas o córrego -o material orgânico reduz o oxigênio na água.
Poderia ocorrer matança de
peixes, mas o córrego quase
não tem vida em razão da grande quantidade de esgotos jogados no local.
O córrego da Ressaca deságua no rio Paraíba do Sul, a dois
quilômetros de distância, onde
a Sabesp faz captação de água.
A Sabesp afirma que o tratamento de água está normal na
região.
"Obrigamos a Johnson a limpar toda a área porque, se chovesse, o lodo que ficou no terreno cairia também para o córrego. A limpeza levou dois dias",
disse Cobra.
Os moradores do Jardim
Pôr-do-Sol, na margem do córrego da Ressaca, reclamam da
situação e, principalmente, do
mau cheiro provocado pelos
vazamentos. "Esses problemas
acontecem sempre. Tentamos
entrar em contato com a empresa, mas nos barram na portaria", diz o presidente da Sociedade Amigos de Bairro do Jardim Pôr-do-Sol, Pérsio Rosendo de Oliveira, 41.
Outro lado
O diretor corporativo da
Johnson & Johnson, Sérgio
Pompílio, afirma que todas as
medidas necessárias foram tomadas pela empresa e que a recuperação da área foi total.
Segundo ele, a empresa investiga a causa. Foi encontrada
uma vassoura no sistema, o que
teria causado o entupimento.
"Assim que tomamos conhecimento do problema avisamos a
Cetesb. Demorou um pouco
mais em razão do feriado. Mesmo assim, envolvemos as autoridades o mais rápido possível."
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