São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2008

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ARTHUR HYPPÓLITO DE MOURA (1942-2008)

A gestão psicológica do conhecimento

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A barba e o cabelo fartos e brancos davam a Arthur de Moura o ar demiúrgico, que ele acentuava com seu jeito de falar -"não contava nada, explicava tudo", diz a filha -, ainda mais se o assunto fosse a seara da gestão de conhecimento.
Penúltimo de 13 irmãos, nasceu em Dores do Indaiá (MG) e viveu a boêmia juventude em Belo Horizonte, entre ensaios de bandas (tocava bateria) e idéias de cair no mundo. E caiu.
Morou na Suécia, viajou pela Europa e vendeu cachorro-quente em Nova York. Até voltar ao Brasil e abrir uma escola de inglês, para pagar o curso de psicologia. Formado, até clinicou -"passou por linhas lacanianas, freudianas, gestaltianas" -, mas seu caminho, afinal, eram empresas.
Tanto que o doutorado em saúde pública o levou à psicologia institucional (e os olhos brilhavam quando mencionava o assunto) -sobre como otimizar o conhecimento dos profissionais de um hospital. "A idéia era colocar todos em contato", diz a filha: "Do chefe ao homem que limpa o chão, todos tinham conhecimento".
Daí surgiu o livro "Clube dos Saberes". E ele então fundou a DDIC, empresa especializada em gestão do conhecimento, onde trabalhou praticamente até domingo, quando morreu, de câncer, aos 66. Deixou mulher, filha, dois enteados e um lema para a empresa e a vida: "Ninguém sabe tudo, mas todo mundo sabe alguma coisa".

obituario@folhasp.com.br


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