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ARTHUR HYPPÓLITO DE MOURA (1942-2008)
A gestão psicológica do conhecimento
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A barba e o cabelo fartos e
brancos davam a Arthur de
Moura o ar demiúrgico, que
ele acentuava com seu jeito
de falar -"não contava nada,
explicava tudo", diz a filha -,
ainda mais se o assunto fosse
a seara da gestão de conhecimento.
Penúltimo de 13 irmãos,
nasceu em Dores do Indaiá
(MG) e viveu a boêmia juventude em Belo Horizonte,
entre ensaios de bandas (tocava bateria) e idéias de cair
no mundo. E caiu.
Morou na Suécia, viajou
pela Europa e vendeu cachorro-quente em Nova
York. Até voltar ao Brasil e
abrir uma escola de inglês,
para pagar o curso de psicologia. Formado, até clinicou
-"passou por linhas lacanianas, freudianas, gestaltianas" -, mas seu caminho,
afinal, eram empresas.
Tanto que o doutorado em
saúde pública o levou à psicologia institucional (e os
olhos brilhavam quando
mencionava o assunto) -sobre como otimizar o conhecimento dos profissionais de
um hospital. "A idéia era colocar todos em contato", diz
a filha: "Do chefe ao homem
que limpa o chão, todos tinham conhecimento".
Daí surgiu o livro "Clube
dos Saberes". E ele então
fundou a DDIC, empresa especializada em gestão do conhecimento, onde trabalhou
praticamente até domingo,
quando morreu, de câncer,
aos 66. Deixou mulher, filha,
dois enteados e um lema para a empresa e a vida: "Ninguém sabe tudo, mas todo
mundo sabe alguma coisa".
obituario@folhasp.com.br
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