São Paulo, domingo, 04 de outubro de 2009

Texto Anterior | Índice

Consórcio aponta suspeito de desviar Enem

Funcionário é contratado de empresa de São Paulo que integra o grupo incumbido pelo MEC de aplicar a prova

Segundo o Connasel, foi o próprio consórcio quem identificou e denunciou o funcionário à PF; polícia já localizou segundo suspeito

DA REPORTAGEM LOCAL

Um funcionário contratado pela Cetro, uma das três empresas que compõem o consórcio Connasel, responsável pela realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), é o principal suspeito de ter desviado a prova do exame, levando à anulação do teste, que ocorreria este final de semana.
Segundo a assessoria do Connasel, o suspeito é um funcionário temporário, admitido apenas para atuar na Plural Gráfica e Editora durante a impressão das provas do Enem. A Plural, contratada pelo consórcio para realizar a impressão, é uma parceria do Grupo Folha e da Quad Graphics.
Ainda de acordo com a assessoria, o funcionário foi identificado e teve sua ficha repassada à Polícia Federal. O consórcio informou que "usou todo o rigor que exige um serviço como esse e que forneceu toda a capacitação", além de vigiar o trabalho feito pelos funcionários.
A fiscalização e a segurança do processo de realização do Enem -a partir da elaboração da prova pelo Ministério da Educação- são de responsabilidade do Connasel, segundo o edital da licitação vencida pelo consórcio, que receberia R$ 116 milhões pelo serviço. Além da Cetro, que é de São Paulo, duas empresas compõem o consórcio: a Funrio, do Rio de Janeiro, e a Consultec, de Salvador.
A PF já identificou o outro integrante da dupla que tentou vender as provas desviadas a veículos de comunicação por valores que variaram de R$ 500 mil a R$ 1 milhão -o caso foi revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" na última quinta.
O outro suspeito, segundo a Folha apurou, se apresentou ontem na superintendência da PF em São Paulo. A assessoria da corporação não confirmou nem desmentiu a informação, mas disse que as investigações estão bastante avançadas.
Ontem à noite, a gráfica Plural divulgou uma nota. Leia abaixo a íntegra do esclarecimento da empresa.

 

1. Conforme carta da Plural Editora e Gráfica Ltda., dirigida ao Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção) e ao Ministério da Educação, divulgada em 1º de outubro:
a) A Plural foi contratada pelo Connasel para efetuar a impressão e o acabamento das provas destinadas ao Enem.
b) A Plural não apenas cumpriu rigorosamente todas as determinações do contrato em relação à segurança do processo, como também tomou medidas adicionais às previstas.
2. A Plural também se colocou imediatamente à disposição das autoridades e tem colaborado com as investigações.
3. Hoje a Plural recebeu da PF consulta sobre um dos investigados. Após levantamentos, a Plural informou à polícia que tal pessoa não é e nunca fez parte de nosso quadro de funcionários e colaboradores.
4. A Plural esclarece ainda que não tem responsabilidade sobre equipes contratadas diretamente pelo Connasel para atuar na fiscalização e segurança dos trabalhos de impressão e acabamento e que não teve qualquer responsabilidade sobre o processo de distribuição das provas.


Texto Anterior: Imóveis desapropriados viram vida das pessoas de ponta-cabeça
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.